História em pedaços!

A Academia Catalana de Letras esclarece que,

quando o bandeirante Anhanguera passou por aqui  não havia ainda definida uma Capitania de Goiás, nem Província de Goiás e, muito menos, Estado de Goiás. Na época,  esse território fazia parte da enorme Capitania de São Paulo e existiam somente algumas aldeias de índios goyases espalhadas pelo sertão. Da nação dos goyases é que veio o nome do futuro território: Goyaz,  que significa “ajuntamento de irmãos, amigos”.

Em 1749, 27 anos depois da expedição do Anhanguera, veio o primeiro governador nomeado para a recém criada Capitania dos Goyases,  D. Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos. Foi ele que mandou definir os limites para o território, que ficou basicamente delineado pelos rios.  Ao norte, os limites foram, de um lado o Araguaia e, do outro, o Tocantins.  Ao sul, o rio Grande, na divisa com São Paulo (hoje, depois de Uberaba). Do Rio Grande para cá,  Goiás era imenso, com mais de 2.000 quilômetros de extensão no sentido norte-sul.

Bem mais tarde, depois da Independência do Brasil, os invernistas,  criadores de gado do antigo Desemboque e da região de Araxá, solicitaram pertencer à Província de Minas Gerais, porque os impostos sobre a cabeça de gado enviada para São Paulo, eram bem menores em Minas Gerais, do que os preços cobrados pela Província de Goiaz à qual pertenciam. O governo imperial concordou e Minas Gerais ganhou um pedaço a mais no seu território: o Triângulo Mineiro.

Somente com essa partilha, no início da década de 1830, o rio Paranaíba se tornou divisão de limites entre Goiás e Minas Gerais. Ou seja, mais de um século depois da bandeira do Anhanguera.  Significa que Bartolomeu Bueno havia plantado uma cruz perto da futura divisão de Goiás com Minas Gerais,  mas ele próprio não tinha a mínima ideia das divisões que iriam se operar no território que a sua expedição desbravava.  Mas,  interessante que o velho bandeirante acabou acertando a divisa,  criando um portal de entrada para o território de Goiás, logo depois do Paranaíba.

Por: Luís Estevam