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História em Pedaços!

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A Academia Catalana de Letras considera que Nossa Senhora está muito bem servida em Catalão.
Seja como “Mãe de Deus”, seja como “do Rosário” ou “de Fátima”, recebe diariamente as orações de milhares de devotos em nossa região. No mês de outubro,  as homenagens ocorrem na Festa do Rosário,  sem dúvida,  o maior acontecimento sócio-religioso do município  em termos de participação popular.
A tradição é bastante antiga. Registros históricos apontam que, em 1876, a Irmandade N.S. do Rosário já existia em Catalão,  levando a crer que, desde aquela época,  havia uma festa organizada na cidade, além da romaria em louvor à santa realizada tradicionalmente na zona rural.  De lá para cá,  foram 143 anos de comemorações  e de profunda devoção popular.
Tudo começou quando um descendente da família Monttandon, de origem alemã,  mudou-se de Araxá para Catalão, logo depois da metade do século XIX. Esse descendente de imigrantes,  Pedro Neto Carneiro Leão,  casou-se com D. Henriqueta Cristina da Silveira e tornou-se um grande fazendeiro na região de Catalão.
Antes, havia feito uma promessa a N. S. do Rosário, santa de sua devoção em Araxá,  que iria realizar uma grandiosa festa  em sua homenagem na cidade de Catalão.
Prepara-se para cumprir o compromisso quando foi acometido por uma grave moléstia.  Encarregou, então,  o seu filho, na época com 9 anos de idade, para quitar sua promessa com a santa. O menino, Augusto Neto Carneiro,  cresceu e, como o pai, prosperou.  Senhor de muitos escravos, selecionou um grupo de negros, mandou-os para Araxá, a fim de aprenderem regras e técnicas das danças praticadas na terra do seu falecido pai. Formou, então,  na cidade, um numeroso agrupamento de devotos e foliões onde, cada grupo obedecia as ordens de um “Capitão” e todos eram organizados sob o comando de um “General”.
No dia da tão esperada festa,  aconteceu um contratempo.  O vigário da paróquia,  padre Joaquim Manoel de Souza,  não concordou com a realização dos festejos, alegando se tratar de um ritual pagão,  fechou a igreja e desapareceu com as chaves. O Cel. Augusto Neto Carneiro não se intimidou. Mandou arrombar as portas da igreja (Velha Matriz) onde promoveram a maior festa religiosa, até então realizada em Catalão. Assim, a Festa do Rosário,  quase sempre enfrentando contratempos,  continua a se repetir anualmente até os dias de hoje.
Parabéns a Irmandade e a todos os envolvidos em tão grandioso acontecimento. Salve o Rosário!
Por: Luís Estevam