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Três anos e sete meses após crime de Mariana, atingidos seguem em luta por reparação

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Pescadores e garimpeiros estão sem trabalho e sem compensações financeiras - Créditos: MAB

Cerca de 100 manifestantes ocuparam o escritório da Fundação Renova em Mariana (MG), criada pela Vale para lidar com os impactos do rompimento da barragem do Fundão. O ato, na última segunda-feira (3), reuniu habitantes dos municípios de Mariana, Barra Longa (MG) e Acaiaca (MG), e simboliza a luta por reparação, três anos e sete meses após o crime socioambiental de 5 de novembro de 2015. A barragem era administrada pelo consórcio Samarco, ligado à Vale.

Os atingidos alegam que a Fundação não apresenta respostas para nenhuma das demandas apresentadas sete meses atrás. A principal delas é a interrupção ou demora no processo de reassentamento de famílias – incluindo aquelas que viviam em casas não diretamente destruídas pela lama, mas que apresentam as estruturas abaladas por conta do constante fluxo de caminhões da mineradora.

A Renova recebeu os manifestantes esta semana, mas afirmou que, em relação aos reassentamentos, apresentará uma posição em audiência judicial até o fim do mês.

Outra demanda é a inclusão de pescadores e garimpeiros dos três municípios na lista de atingidos, conforme explica Letícia Oliveira, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Segunda ela, os dois grupos não receberam o devido “pagamento daquilo que a Renova chama de auxílio financeiro emergencial”

“Com a lama no rio, não é possível garimpar ou pescar mais, nem [executar] as outras atividades que dali também derivavam. Houve perda de renda. A Fundação deveria pagar o auxílio para todo atingido que teve perda de renda”, afirma.

Segundo o MAB, a Renova não apresentou propostas nem estabeleceu prazos para uma resposta definitiva sobre o tema.

“Essa relação não está avançando. Há sete meses, se espera um resposta da Renova. Conseguiram uma reunião, houve o início do cadastramento, e a Fundação ficou de se reunir novamente para pensar os próximos passos. Até hoje, não aconteceu essa reunião”, lamenta Oliveira.

Procurada pelo Brasil de Fato, a Fundação Renova não se manifestou até o fechamento desta matéria. A reportagem será atualizada assim que a empresa responder ao pedido de informações.

Por Brasil de Fato