Gente boa do Blog, o ex-governador e atual deputado federal, Alcides Rodrigues (PRP) foi condenado a dez anos de prisão, por crime de peculato, associação criminosa,  falsidade ideológica, caixa dois e falsificação de documentos.

leia abaixo matéria publicada no jornal o Popular

 

“O deputado federal e ex-governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PRP), foi condenado pelo juiz Antônio César Pereira de Meneses, titular da 19ª Vara Cível e Ambiental da Comarca de Goiânia, a dez anos e dez meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de peculato, associação criminosa e falsidade ideológica (caixa dois e falsificação documental). 

A sentença data de 9 de maio. Ainda cabe recurso e, como a sentença é de primeiro grau, ele não será preso imediatamente.
Originalmente apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), a denúncia que resultou na condenação trata da campanha eleitoral de 2006, quando Alcides venceu a disputa pelo governo de Goiás. À época, ele ainda era filiado ao PP. 

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) também é citado (naquela campanha, ele foi eleito senador), mas como o tucano depois retornou ao comando do Estado, o processo foi desmembrado e o caso dele, remetido à instância superior. 

Outras seis pessoas são citadas, quatro delas condenadas, mas todos os nomes estão sob sigilo. Elas teriam atuado para conseguir documentos fiscais fictícios, alterar contratos e manipular valores da campanha.

Na decisão, o juiz narra que a peça acusatória aponta “diversas fraudes eleitorais” dos acusados, com o objetivo de “encobrir a origem de recursos movimentados durante aquela campanha”. A denúncia envolve adulteração de contratos de locação de veículos de som, pagamento de despesas via caixa dois por um contrato de R$ 598,5 mil com a empresa Multcooper, e uso de notas frias.

Além das fraudes na prestação, a campanha dos dois também teria utilizado servidores públicos, “em regra, ocupantes de cargos comissionados”, inclusive durante o expediente, bem como “bens públicos móveis e imóveis”. As penas, salvo no caso de organização criminosa, foram agravadas pelo critério da reincidência. 

Em sua defesa, Alcides argumentou que não estava à frente da campanha e não tinha conhecimento das irregularidades, mas, para o juiz, “o acusado tinha pleno conhecimento do caráter ilícito de suas condutas” e cometeu as irregularidades “em proveito próprio”.

Ex-governador afirma não ter atuado à frente da campanha 

A reportagem tentou contato com Alcides Rodrigues, mas não obteve resposta até o fechamento da edição. O próprio juiz, no entanto, narra, na sentença, que o ex-governador afirmou não ter atuado à frente da sua campanha e que, “em razão de seus afazeres como o então Governador do Estado e também dos compromissos como candidato à reeleição”, repassou seus compromissos a um terceiro – que também teria sido o responsável por sugerir a contratação da Multcooper. Ele disse ainda que não sabia quem havia elaborado a prestação de contas retificadora da campanha ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). 

De acordo com a sentença, a defesa de Alcides pediu a absolvição argumentando que “não foi identificado qualquer ato doloso do acusado”, que as provas eram “frágeis” e que não restou comprovada como se daria sua participação na organização criminosa alvo da denúncia.”

Matéria publicada no Jornal O Popular