Por unanimidade, PT aprova Gomide para governo
O primeiro a discursar no encontro foi o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que apesar de sugerir contrariedade à candidatura de Gomide, evitou deixar dúvidas de que irá apoiá-la, enfatizando que, no PT, as decisões são cumpridas.
“O PT tem uma característica que os outros partidos, às vezes, não compreendem. Em alguns momentos, internamente, nas nossas instâncias, debatemos, discutimos e apresentamos posições contraditórias, mas o PT é um partido que depois das suas decisões marcha unido. E assim nos comportaremos após a decisão deste encontro”, discursou Paulo.
Em janeiro, ele e Gomide chegaram a trocar farpas por conta do interesse demonstrado pelo prefeito anapolino, de ser candidato. Paulo, que assumiu a Prefeitura de Goiânia em 2010 após a saída do ex-governador Iris Rezende (PMDB) para disputar o governo do Estado, defendia a tese de que o PMDB deveria ter prioridade para indicar a cabeça de chapa, com Iris à frente.
O encontro teve clima de festa e contou com a presença maciça de lideranças petistas, entre elas, deputados, secretários municipais, vereadores e prefeitos do interior. Gomide fez um discurso otimista e conciliador. Emocionado, agradeceu a oportunidade de ser candidato ao governo e afirmou que deixará a prefeitura “para fazer a diferença na vida do povo goiano”.
“Saio de cabeça erguida daquela cidade para dizer ao povo que quero levar para o Estado os 92% aprovação que tive em Anápolis. Vou trabalhar para que a presidente Dilma (Rousseff, do PT) se aproxime cada vez mais de Goiás para fazermos a diferença na saúde, na educação, na segurança, na cultura e no esporte”, declarou, sendo muito aplaudido.
O petista direcionou críticas a adversários e ex-aliados e pediu aos militantes que tenham humildade durante o processo eleitoral. “Temos de ter a humildade necessária para não pensarmos que porque definimos o nome devemos sair doidos por aí, como se fôssemos o suprassumo. Não é assim que vamos ganhar uma eleição e nós sabemos disso. Sabemos que temos um adversário duro (refere-se ao governador Marconi Perillo, PSDB), que está há 16 anos no poder, que usa muito a máquina administrativa e tem em volta vários partidos porque demanda na administração a forma de segurá-los”, alfinetou.
Gomide disse aos militantes, que lotaram o auditório Jaime Câmara da Câmara de Goiânia, que o PT terá de chegar à vitória “por meio de muito trabalho, desempenho e força”. “E isso a militância já mostrou que sabe fazer”, motivou. As críticas de Gomide não alcançaram apenas o PSDB. Numa comparação com o pré-candidato do PMDB, o empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi, o petista disse que “não vai disputar a eleição no dinheiro”.
“Nesta campanha, vamos precisar de todos aqueles que acreditam e querem um Estado melhor. Preciso da militância e não tem dinheiro que a compre. Não vamos entrar nesse campo. Vamos disputar a eleição conversando olho no olho do eleitor para mostrar a diferença dos nossos projetos”, afirmou.
Esta não foi a primeira vez que Gomide direcionou críticas a Júnior. No final de janeiro, no evento em que deixou clara a intenção de disputar o governo, ele chegou a dizer que “não compraria votos”. As declarações sobre dinheiro também têm sido motivo de insatisfação dentro do próprio PMDB, entre Iris e seus aliados.
Gomide disse que antes de deixar a Prefeitura de Anápolis precisar ir à Brasília levar o documento que homologa sua pré-candidatura.
“Devo ir terça ou quarta-feira ao diretório nacional levar esse resultado da aprovação aqui no encontro de delegados. A tendência é que a desincompatibilização fique mais para o final de semana”, afirmou, acrescentando que as ações têm o respaldo do PT nacional e o aceno positivo ao lançamento de candidatura própria.
Participaram do encontro os deputados federais Marina Sant’Anna e Rubens Otoni; os estaduais Humberto Aidar, Karlos Cabral, Luis César Bueno e Mauro Rubem; o chefe de gabiente de Paulo, Iram Saraiva Júnior, e o secretário de Governo de Goiânia, Osmar Magalhães.
Fonte: O Popular