Bolsonaro agrediu imigrantes brasileiros que vivem nos EUA
O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista à Fox News, canal de TV identificado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A entrevista foi transmitida no Brasil durante a madrugada desta terça-feira (19). “A grande maioria dos imigrantes em potencial não tem boas intenções nem quer o melhor ou fazer bem ao povo americano”, disse Bolsonaro, que comentou também sobre aspectos variados de seu governo, falou das acusações de vínculos com um dos acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), comentou sobre o vídeo de uma cena de escatologia que divulgou no Twitter após o carnaval, e abordou temas de natureza estratégica, como a Venezuela.
Numa demonstração de subserviência, Bolsonaro dispensou unilateralmente cidadãos americanos, australianos, canadenses e japoneses de visto para ingresso no Brasil, sem contrapartida. No sábado, o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse que imigrantes brasileiros irregulares são “uma vergonha” para o Brasil.
“Saudado pela Fox News como “Trump dos Trópicos”, Bolsonaro disse que o republicano está lutando contra o socialismo e que ‘em larga medida estamos fazendo o mesmo no Brasil’. Questionado sobre a crescente visão positiva que jovens americanos têm da palavra “socialismo”, o presidente disse que a França é um exemplo negativo dos males deste sistema político:
“Acho justo dizer que os americanos que pensam [positivamente] sobre o socialismo devem olhar para a experiência da França, onde as fronteiras estão abertas para receber refugiados sem qualquer tipo de seleção ou de filtro — afirmou. — E ter fronteiras abertas em minha visão é uma visão absolutamente ruim. Não é uma decisão nada boa. Nós concordamos com a decisão de Trump sobre o muro”.
Questionado sobre a possibilidade de concessão de uma base americana em território brasileiro, o presidente não respondeu, de acordo com a transmissão. Quando interrogado sobre a possibilidade de militares brasileiros atuarem na Venezuela, o presidente disse que o Brasil enfrenta “limitações” para agir neste âmbito, mas que tudo fará na frente diplomática para derrocar o governo do presidente Nicolás Maduro.
Na apresentação do programa, Bolsonaro foi referido como alguém que já fez “comentários incompatíveis com os valores americanos”, sobretudo os dirigidos à comunidade LGBT. A este respeito, ele disse se tratarem de comentários “tirados de contexto”:
Comentando a cena de escatologia filmada em um bloco de carnaval que divulgou em seu Twitter, o presidente disse que queria “mostrar o que o carnaval está virando”.
Brasil 247