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Maju e o racismo: a estreia da 1ª negra na bancada do Jornal Nacional

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A jornalista Maria Julia Coutinho, a Maju, fez história neste sábado (16), ao se tornar a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional. Logo na estreia, à frente do principal telejornal da TV Globo – e o de maior audiência no País –, coube a ela tratar de racismo. Foi Maju quem leu a nota do supermercado Extra sobre a criminosa morte de um rapaz negro de 19 anos, vítima de sufocamento provocado pelo golpe de um segurança do estabelecimento, no Rio de Janeiro.

 

Foto postada por Maju em sua página no <i>Facebook</i>: mais de 40 mil curtidas e de 19 mil compartilhamentosFoto postada por Maju em sua página no Facebook: mais de 40 mil curtidas e de 19 mil compartilhamentos

A matéria foi anunciada por Rodrigo Bocardi, que dividiu a bancada com Maju. Após a exibição da reportagem sobre o caso – que envergonhou o Brasil –, a jornalista voltou à cena: “O supermercado Extra afirmou que não aceita qualquer ato de violência e repudia qualquer forma de racismo”.

Na avaliação de Cristina Padiglione, do Telepadi (UOL), “assistir a uma negra lendo uma nota sobre um episódio que causa percepção de racismo tem um peso muito mais contundente para o público em geral – e, com certeza, muito mais constrangedor para quem faz o papel de opressor, no caso, o segurança, bem como dos defensores de sua ação. O caso provocou comoção nas redes sociais, inclusive com a hashtag #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam), nascido nos Estados Unidos, a partir de casos semelhantes ao do jovem morto no Rio”.

Em entrevista ao Blog do Mauricio Stycer, antes de o programa ir ao ar. Maju avaliou o simbolismo de seu feito. “As pessoas realmente estavam carentes disso e observam que há uma chance desse quadro começar a mudar”, disse. “Tem a Zileide no JH, temos Heraldo no JN e na GloboNews… Obviamente que eu quero que chegue o tempo em que não se fale mais nisso, que sejamos confundidos. meu sonho é que, realmente, isso não seja mais notícia um dia.”

Já o Blog Sem Intervalo era só elogios. “Será apenas nos fins de semana, mas, depois do sucesso que foi essa primeira aparição, não somente pelo fato de ser mulher e negra, e sim pelo desempenho positivo da jornalista e a simpatia que faz parte dela e impregnou a noite de sábado”, registrou a blogueira Eliana Silva de Souza. “Que sábado! Provável que o JN tenha tido sua maior audiência em anos, foi muito bonito ver Maju brilhando e sendo cumprimentada pelos colegas no encerramento do jornal. Vamos aguardar para ver se vai rolar a dobradinha Maju Coutinho e Renata Vasconcellos. Um Jornal Nacional apresentado por duas grandes jornalistas, seria lindo.”

Portal Vermelho