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Rejeitos de barragem não devem chegar a usina de Três Marias, diz CPRM

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A represa na mina do Córrego do Feijão, perto de Brumadinho, Brasil, é retratada após o colapso do dia 25 de janeiro de 2019 nesta foto de satélite de 26 de janeiro de 2019 obtida pela Reuters em 27 de janeiro de 2019.

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou hoje (28), por meio do Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba, que a previsão é que a chamada pluma, mistura de rejeitos e água, resultante do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho na última sexta-feira (25), deve chegar ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo entre os dias 5 e 10 de fevereiro, mas que não chegará ao reservatório da Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região central de Minas Gerais.

Este é o segundo boletim expedido pelo serviço. A previsão anterior, disse que a lama com rejeitos alcançaria o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias entre 15 e 20 de fevereiro.

A nascente do Paraopeba está localizada no município de Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Três Marias, no município de Felixlândia (MG). “A expectativa é que todo o rejeito fique retido no reservatório desta usina [Retiro Baixo]”, diz o CPRM.

O CPRM informou ainda, em boletim diário de monitoramento da velocidade de deslocamento dos rejeitos, que a previsão é que a água turva possa chegar ao município de São José da Varginha (MG) no dia 29 de janeiro à noite.

A rescue helicopter searches for victims after a tailings dam owned by Brazilian miner Vale SA burst, in Brumadinho, Brazil January 27, 2019. REUTERS/Adriano Machado
A chamada pluma, mistura de rejeitos e água, resultante do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho – Reuters/Adriano Machado/Direitos Reservados

Capacidade do reservatório

Ainda nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que pediu informações à concessionária Retiro Baixo Energética sobre a capacidade do reservatório da hidrelétrica de suportar os rejeitos oriundos do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. O prazo para o envio do relatório com as informações é até 31 de janeiro. A usina também deverá enviar informações diárias à agência sobre o acompanhamento do deslocamento dos rejeitos.

O pedido faz parte das ações que agência tem tomado desde o rompimento da barragem. De acordo com a Aneel, a barragem de Retiro Baixo foi uma das 122 estruturas fiscalizadas in loco pela agência entre 2016 e 2018 e está em boas condições. A última visita dos técnicos da agência foi em agosto do ano passado.

A usina está localizada a 200 km do local do rompimento da barragem. Desde o rompimento, a operação da usina foi paralisada. A hidrelétrica de Retiro Baixo tem potência instalada de 82 MW e está localizada entre os municípios de Curvelo e Pompéu (MG), no baixo curso do Rio Paraopeba, afluente do Rio São Francisco.

Segundo a Aneel a usina está atualmente operando em cerca de 20 MW, para diminuir o nível de seu reservatório para reter a pluma. Ela vai continuar gerando energia até que seu reservatório atinja o nível operacional mínimo de 613 metros acima do nível do mar, informou a agência.

Na tarde desta segunda-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou à Agência Brasil que a paralisação das atividades da usina não vai afetar o abastecimento de energia elétrica. De acordo com o operador, a operação da usina de Retiro Baixo foi paralisada por medida de precaução.

O CPRM disse que diariamente serão divulgados dois boletins de monitoramento com a previsão de chegada do início da água turva nos pontos de interesse. As previsões mostram o caminho que a água turva está percorrendo no Rio Paraopeba.

Agência Brasil