Afastado da presidência da Câmara Municipal de Campo Alegre, Jincoln pode perder também seu mandato de vereador a qualquer momento
No dia 9 de novembro do ano anterior o presidente da Câmara Municipal de Campo Alegre de Goiás, Jincoln Barbosa Junior (PMDB) teve seu mandato cassado por supostas irregularidades em sua gestão.
Algumas representações como: contratação ilícita, fraudes em licitações, aquisição de alimentos sem necessidade, locação de veículo para frete de forma irregular, aquisição indevida de materiais para reforma e ampliação dos gabinetes dos vereadores, entre outros, foram encaminhados à Justiça pelo campo-alegrense Hilton Basílio de Oliveira, cidadão comum e residente na zona rural da cidade.
Na época, o presidente alegou que o resultado de sua cassação foi simplesmente perseguição politica arquitetada pelo prefeito Thiago Manteiga, de mesmo partido. Os dois arrastam por vários anos divergências politicas e até pessoais entre si, e Jincoln contou que seu afastamento se deu porque alguns vereadores foram comprados pelo prefeito. Manteiga nega qualquer tipo influencia na decisão dos edis que optaram por unanimidade cassar o diploma do chefe legislativo, embasados, segundos eles, em provas consistentes.
No final daquele mesmo mês Jinconl, sob liminar do Tribunal de Justiça, conseguiu voltar à presidência da Câmara. Mas, em 30 de janeiro do seguinte ano, o desembargador relator Kisleu Dias Maciel Filho acatou propositura da Procuradoria Geral da Justiça, contrapondo as decisões anteriores, para invalidar, parcialmente, a liminar outorgada que anulou todos os efeitos do Decreto Legislativo nº 001/2013 de 09/10/2013, relativos ao afastamento de Jincoln. Essa ação visou assegurar ao edil apenas o cargo de vereador, mantendo-o afastado da Presidência da Câmara Municipal de Campo Alegre de Goiás, até o final julgamento na Comarca de Ipameri pela juíza Dr.ª Maria Antônia de Faria.
Com essa decisão o vice-presidente, Deusmar de Sá Guimarães (PMDB) assumiu interinamente a presidência da Câmara no início dos trabalhos legislativos desse ano. Por telefone, ele confirmou todo o desenrolar da situação e disse esperar somente a sentença final que deve ser anunciada a qualquer momento. “O prazo para isso acontecer já expirou. Não era exatamente isso que eu almejava. Mas como membro da presidência, eleito vice por um chapa, eu sou acondicionado a ocupar o cargo de presidente”, contou Deusmar.
Perguntado sobre as chances de absolvição do então ex-presidente, ele, mostrando-se desconfortável com a reportagem, preferiu não expor o que pensa e apenas ressaltou aguardar a decisão da Justiça.
Se afastado for, Jincoln poderá integrar a lista dos fichas sujas e assim ficar impossibilitado de disputar eleições ou ocupar cargos públicos por um período de oito anos.
Tentamos também contato com Jincoln, mas nenhuma de nossas ligações foi atendida. No exercício da democracia o Blog do Mamede deixa em aberto espaço ao vereador, para que se posicione diante dos acontecimentos que envolvem seu nome no Legislativo campo-alegrense.
Por: Gustavo Vieira/Foto: arquivo