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Um mês após início dos protestos, Venezuela tem 26 mortos

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Nesta quarta-feira (12) completa-se um mês desde que começaram os protestos violentos protagonizados pela oposição venezuelana em diversas regiões do país. Até o momento, morreram 26 pessoas de maneira direta ou indireta, de acordo com entidades de direitos humanos. Para resolver a situação, o governo chamou os setores descontentes para o diálogo e anunciou a realização de uma grande conferência de paz, com diversos setores do país.

 

Protestos violentos no país não têm apoio majotitário da população, aponta pesquisa| Foto: Efe

Em Caracas, jovens chavistas realizam uma marcha que se encerrará na celebração da Conferência de Paz estudantil. A oposição também convocou protestos na capital que deverá se encerrar em frente à Defensoria do Povo, onde pretende entregar um documento pedindo a renúncia da defensora Gabriela Ramírez. Autoridades do país interviram para que os manifestantes não se encontrem para evitar possíveis confrontos.

Nos últimos dias, três pessoas morreram no país, entre eles uma chilena identificada com o chavismo. Gisella Rubilar Figueroa, de 47 anos após ser atingida na cabeça por um tiro no sábado (8), quando tentava retirar uma guarimba em uma avenida em Mérida. Outras duas pessoas ficaram feridas na ocasião.

Guarimbas: principais causas de mortes

A Defensora do Povo destacou, em coletiva de imprensa realizada no sábado (8), que segundo um informe preliminar, dez das vítimas fatais foram baleadas nas “guarimbas”. Gabriela classificou a modalidade de protesto como sendo uma “armadilha para caçar seres humanos” e ressaltou que “a armadilha mais letal é justamente as guarimbas”.

De acordo com uma investigação alternativa assinada por 34 personalidades reconhecidas no campo da defesa dos direitos humanos e membros de organizações como Rede de Apoio à Justiça e Paz, Provea, Anistia Internacional, Rede de Coletivos La Araña Feminista, Centro para a Paz e os Direitos Humanos da UCV, dos 26 mortos, quatro são decorrentes de excesso das forças policiais: Alejandro Márquez, Geraldine Moreno Orozco, Bassil Da Costa, Juan Montoya. As chamadas “guarimbas” (barricadas) e armadilhas colocadas pela oposição em ruas e avenidas mataram seis pessoas: Luis Gutierrez, Deivis Durán, Eduardo Anzola, Elvis Rafael Durán De La Rosa, Doris Elena Lobo, Julio González. Outras seis foram mortas ao tentar desmontar tais “guarimbas”: Gisella Rubilar, José Gregorio Amaris Cantillo, Acner Isaac López Lyón, Giovanni Pantoja, Antonio José Valbuena Morales, Arturo Alexis Martínez. Uma pessoa morreu atropelada nas barricadas: José Ernesto Méndez. Cinco foram mortas pelo que o governo chama de “violência política de diferente sinal”: Angelo Vargas, Daniel Tinoco, Wilmer Juan Carballo Amaya, Génesis Carmona, Roberto Redman. Outras duas não conseguiram chegar a centros de saúde debido às “Guarimbas”: María Julieta Heredia, Luzmila Petit de Colina. Além destes, Jimmy Vargas morreu de forma acidental e Joan Quintero ainda não teve sua causa mortis esclarecida.

De acordo com pesquisa publicada no dia 25 de fevereiro pelo instituto venezuelano Hinterlaces, 83% da população rejeita a violência gerada pelos protestos. A investigação aponta que apenas dois de cada 10 venezulanos está de acordo com “a ideia de sair às ruas para provocar a deposição ou a renúncia” do governo nacional. “Não é correto afirmar que a sociedade civil está na rua. As manifestações se concetraram no corredor eleitoral da oposição e, especialmente, nos setores de classe média e isso não representa todo o país”, disse o chefe da agência, Oscar Schemel. Em contrapartida, estudo da consultoria ICS (International Consulting Services) revela que 80,9% dos entrevistados apoiam a conferência de paz convocada pelo governo de Nicolás Maduro.

Considerado responsável intelectual pela violência nos protestos, sobretudo no início dos mesmos, o ex-prefeito de Chacao, Leopoldo López, foi detido. Ele e a deputada diputada Maria Corina Machado são os principais organizadores do movimiento chamado “La Salida” (A Saída) que pede a renúncia de Nicolás Maduro.

Mesmo detido, López segue pedindo, pelo Twitter, a renúncia do presidente e que o povo se siga nas ruas contra o governo. Os tuites foram postados por uma pessoa chamada Lilian, a seu pedido.

Portal Vermelho