Fórum reunirá líderes da esquerda ibero-americana em Buenos Aires
Líderes da esquerda ibero-americana participam a partir de segunda-feira (19) , em Buenos Aires, no Fórum Mundial do Pensamento Crítico, um contraponto à cúpula do G20 que decorrerá também na capital argentina nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro. O evento contará com mais de 200 convidados, entre ex-Presidentes, intelectuais e líderes de movimentos sociais que debaterão o futuro da democracia, ameaçada pela desigualdade social e pelo reforço da extrema-direita.
Nomes importantes da esquerda, como o líder espanhol do Podemos, Pablo Iglesias, ou o ex-Presidente da Colômbia, Ernesto Samper, juntamente com acadêmicos de dezenas de países também darão a sua contribuição aos problemas globais e contemporâneos.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos participará nos debates “A igualdade explicada pelo 1% mais rico da humanidade”, “Um diálogo de saberes entre África, Ásia e América Latina” e “Pensar os desafios globais a partir da América Latina”. De Portugal também estará presente o ex-reitor da Universidade de Lisboa e candidato presidencial, António Sampaio da Nóvoa, que participa no debate sobre o desafio para as universidades públicas em “Conhecimento, Verdade e Justiça Social: qual será o futuro para a Universidade?”.
Autocrítica
O líder social argentino e consultor do Conselho Pontifício de Justiça e Paz, Juan Grabois, conhecido como “amigo do papa”, também estará presente ao Fórum. ”Acredito que um fórum do pensamento crítico tem de ser crítico e autocrítico. Não gosto dos fóruns de lamentos coletivos, de catarse. Neste momento, o campo popular progressista latino-americano necessita pensar, criticamente, a sua própria prática e não o exercício ritual da crítica à prática do rival”, disse Grabois à Lusa, agência pública de notícias de Portugal.
Para o sociólogo e cientista político chileno, Patricio Navia, Bolsonaro é “o inimigo favorito para os líderes de esquerda da América Latina” e a sua vitória pode ajudar a unificar a esquerda contra o mal maior. “A esquerda está triste porque perdeu no Brasil, mas está feliz porque Bolsonaro é o estereótipo da direita autoritária, desrespeitosa, homofóbica, violenta e racista. Com um inimigo assim, a esquerda espera ter vantagens eleitorais”, explica à Lusa Patricio Navia, da Universidade de Diego Portales e da New York University.
Do Portal Vermelho