É preciso recuperar não só a economia, mas a esperança
Desalento bateu recorde no país, diz o IBGE, que lida com números, essa coisa fria.
Por Joana Rozowykwiat
No Brasil de Temer, hoje, existem 13 milhões de desempregados, 6,5 milhões de subocupados – ou seja, aqueles que gostariam de trabalhar mais horas – e 4,8 milhões de desalentados. Os desalentados não entram nas estatísticas de desemprego, porque eles nem estão mais procurando trabalho. Desistiram.
O desalento é um indicador que está muito relacionado à demora para conseguir uma vaga. E, hoje, 3,16 milhões de brasileiros sem emprego buscam trabalho há mais de 2 anos. De 2014 para cá, o número de pessoas procurando emprego há mais de 2 anos aumentou em 162%.
Imagina só. Dois anos de não há vagas. Dois anos de estaremos entrando em contato. Dois anos de obrigada, mas não é o perfil que procuramos. Dois anos de não, não, não.
E, se a gente olha regionalmente, dá até vontade de chorar. No Maranhão, o desalento atinge 16,2% da força de trabalho; em Alagoas, 16,6%. E nem precisaria dizer que a maioria dos desempregados são pretos ou pardos e são mulheres.
Para além dos números, percentuais, gráficos e tabelas, existem as pessoas. Há o desânimo, o abatimento. O desalento que o IBGE não mede.
É preciso recuperar não só a economia, mas a esperança das pessoas. E isso é muito sério.
Do Portal Vermelho