FHC sai em defesa de Azeredo: Não foi mensalão, apenas caixa 2
Sem uma liderança capaz de aglutinar a direita, o tucano Fernando Henrique (PSDB) se coloca como porta-voz de um pretenso grupo que tenta articular para concorrer às eleições de outubro. Em entrevista ao Estadão, FHC tenta explicar o apagão eleitoral afirmando que a “crise político-moral” -que ele insuflou com a judicialização da política – “levou todos os partidos para longe do pulsar das ruas”.
FHC saiu em defesa de Azeredo e disse que “o que houve, sim, foi caixa 2, que também está capitulado no Código” e que o tucano “teria sido beneficiário eleitoral, mas provavelmente não ator do delito”.
“Mas para a opinião pública, é tudo “farinha do mesmo saco” e o partido paga o preço, além dele próprio, que foi condenado a 20 anos. Junto com Justiça, há também algo de vindita [vingança]. Tempos bicudos”, disse ele, que até o momento em que a ação jurídica estava apenas contra o PT, servia aos interesses tucanos e era insuflada por eles.
Ignorando o fato do ex-presidente Lula, mesmo perseguido e preso, liderar as pesquisas de intenções de voto, FHC disse que o PSDB esteve perto do “pulsar das ruas” no seu segundo mandato.
Desde a sua fundação, o PSDB se posicionou no campo da direita, com suas propostas neoliberais e alinhadas com partidos conservadores. Questionado se o PSDB está mais liberal do que antes, FHC reconhece que “hoje mais liberal”.
FHC se vangloria do PSDB manter-se no governo de São Paulo, mas ao falar sobre o desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas, ele diz que é “porque a sociedade mudou muito”.
“Os novos meios de comunicação estão à disposição do eleitorado e o momento é difícil para quem está no governo. Entretanto, é cedo para avaliar. O jogo eleitoral para o povo começa mesmo quando a televisão e o rádio entram”, disse.
O tucano afirma que para recuperar seus eleitores vai tentar passar a mensagem da “conduta moralmente correta”. É a mesma estratégia usado pelo senador Aécio Neves (MG), que encabeçou o golpe contra o mandato contra a presidente Dilma insuflando grupos de direita pelo impeachment em nome do combate à corrupção.