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Lideranças políticas condenam atropelo de Moro ao pedir prisão de Lula

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Ricardo Stuckert

Os comunistas Jandira Feghali, Manuela D’Ávila e Orlando Silva prestam solidariedade a Lula em São Bernardo do CampoOs comunistas Jandira Feghali, Manuela D’Ávila e Orlando Silva prestam solidariedade a Lula em São Bernardo do Campo

Após a determinação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no final da tarde de quinta-feira (5), milhares de pessoas que apoiam o petista iniciaram uma vigília na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, berço político de Lula. O ato reuniu ainda lideranças políticas e de movimentos sociais, que além de prestarem solidariedade, criticaram o atropelo do juiz Sergio Moro ao decretar a prisão do ex-presidente.

Por Christiane Peres

Segundo o líder comunista, deputado Orlando Silva (SP), após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) havia ficado claro que ainda restava uma série de procedimentos a serem adotados antes que a prisão fosse pedida. “Mas a turma do TRF-4 e a primeira instância atropelaram até o Supremo Tribunal Federal. Parece que a anarquia tomou conta do Poder Judiciário. Espero que essa decisão seja revertida, sob pena de ampliarmos a radicalização política do Brasil. É muito grave o que aconteceu”, disse o parlamentar.

O ato contou participação de lideranças do Movimentos dos Trabalhadores Sem-Terra, de lideranças estudantis e pré-candidatos à Presidência da República, como Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL).

Segundo a pré-candidata comunista, é hora de resistência e de luta pela democracia. Manuela criticou a determinação de prisão e classificou a prisão de Lula de “arbítrio”.

“Nós estamos nas ruas porque Lula vale a luta. E ele vale a luta porque tem a cara do Brasil e nosso país vale a luta. Seguiremos lutando pela democracia e resistiremos ao desmonte do Estado brasileiro”, afirmou Manuela.

Ao abraçar as pessoas que gritavam em sua defesa, o ex-presidente disse que “nós temos a tranquilidade da verdade, eles não”.

Do lado de fora, a ex-presidenta Dilma Rousseff também subiu no caminhão de som para falar aos manifestantes em defesa da democracia. “Não há crime mais grave do que condenar um inocente. Nossa Constituição é clara, não se pode prender ninguém antes de esgotados todos os recursos da segunda instância, todos os recursos”, defendeu Dilma.

A ex-presidenta, que sofreu um impeachment fraudulento em 2016, lembrou ainda que o resultado do julgamento do STF, que negou um habeas corpus preventivo a Lula, sequer havia sido publicado quando a prisão foi determinada. “Lula tinha o direito de recorrer no TRF-4 e eles se apressaram por quê? Porque sabem que tem pessoa de bem neste país e tem pessoas que não concordam com arbítrio e perseguição. Estão com medo de uma decisão favorável a Lula, isso faz parte do golpe que começou quando me tiraram da presidência, apesar dos meus 54 milhões de votos e sem nenhum crime”, disse a ex-presidenta.

A vice-líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também esteve ao lado de Lula no ABC. Jandira reforçou o argumento de ilegalidade no pedido de prisão e reafirmou que a legenda se soma “a esta corrente imensa que está ao lado de Lula e da democracia brasileira”.

Nesta sexta-feira (6), a vigília continua e tem atos programadas a partir das 10h.

Novo habeas corpus

Após o pedido de Moro, que estabelece que Lula deve se entregar até as 17h desta sexta-feira (6), em Curitiba, os advogados do ex-presidente entraram com um novo pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça.

O argumento é que ainda há recursos a serem apresentados junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região e que, portanto, a pena ainda não pode começar a ser cumprida até que sejam analisados esses recursos.

O habeas corpus será analisado pelo ministro Félix Fischer, da 5ª Turma do STJ, que é o relator de todas as ações da Lava Jato na Corte.

Do PCdoB na Câmara