Manuela critica proposta de Temer para ensino médio: Golpe na educação
A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, criticou duramente a nova proposta do governo Temer de “reforma” da Educação. O presidente ilegítimo anunciou que planeja liberar até 40% da carga horária total do ensino médio para a educação de jovens e adultos para ser realizada à distância. Em vídeo publicado em suas redes sociais nesta terça-feira (20), Manuela falou do absurdo desta proposta. “Mais um golpe de Temer na educação e na qualidade do ensino no Brasil”.
Manuela em entrevista para a Folha de Pernambuco (fevereiro/2018)
Manuela alerta que essa proposta irá aumentar a evasão no ensino médio. Atualmente, o Brasil possui um número alarmante de 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos que abandonaram os estudos, resultando em 14,6% dos adolescentes do país.
“O que vai acontecer é que vamos ter dois tipos de educação: a dos filhos ricos e a dos filhos pobres. Os 6 milhões e 900 mil jovens que são matriculados no ensino médio público brasileiro, ficarão em casa ou trabalhando e desenvolvendo as aulas a distância nas madrugadas. Na vida real, eles terão uma educação de pior qualidade do que os filhos dos ricos”, pontuou.
Com essa proposta, somente as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática seriam desenvolvidas em sala de aula, as demais matérias seriam a distância.
Segundo publicação da Folha, o governo Temer chegou a incluir em decreto, em maio de 2017, a autorização de ensino a distância para alunos do 6º ao 9º ano que estivessem “privados de oferta” de disciplinas. Após críticas, voltou atrás e revogou a medida.
Integrande do Conselho Nacional de Educação (CNE), Cesar Callegari criticou a proposta. “Recursos a distância devem servir como complemento, jamais em substituição de professores e da escola como local de vivência presencial”. Para ele, a discussão teria de incluir docentes e alunos.
Outra crítica foi publicada pela pré-candidata em suas redes sociais, como a do especialista em tecnologia na educação Nelson Pretto, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia). “Fica claro um movimento de desresponsabilização do Estado brasileiro com a formação crítica e sólida da juventude, e também com a infraestrutura escolar”, diz o educador em entrevista à Folha.
“A medida deverá promover a segregação escolar de forma mais nítida, criando escolas on line de baixo custo (e de baixa qualidade) para os mais pobres e mantendo a escola regular cada vez mais para as classes mais bem posicionadas financeiramente (principalmente aquelas em que os filhos não precisem trabalhar para sobreviver). De quebra, irá deslocar, com o tempo, o financiamento da educação para a iniciativa privada retirando recursos da escola pública e sua expansão. É questão de tempo o aparecimento dos vouchers (algo como uma bolsa) para estudantes em escolas on line privadas.”
Governo Flávio Dino
Como exemplo na melhoria da educação, Manuela citou o governo do Maranhão, sob a gestão do comunista Flávio Dino, que atualmente paga o dobro do piso nacional aos professores, investindo na valorização dos educadores. O governador prioriza a educação no estado, garantindo que a escola seja um elemento construtor do desenvolvimento estadual.
Ainda sobre o assunto, Manuela publicou em suas redes que os “retrocessos não param. Parece-nos que o objetivo do governo Temer é transformar o Brasil em um país de pessoas não só sem qualificação, mas sem condições de pensar conjuntamente o futuro da nação. Desarticula-se a estrutura do ensino para desarticular os estudantes e os professores”, disse compartilhando a notícia divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo na manhã desta terça-feira (20).
Portal Vermelho