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Trabalhos repetitivos tornam as pessoas menos inteligentes

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imagem ilustrativa

Produzir mais em menos tempo (ritmo acelerado, simplificação das tarefas), esse é o mal dos dias atuais, fruto do início do século XX.

O livro didático do ensino médio de algumas escolas públicas intitulado Filosofando, da editora Moderna, de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, traz no capítulo seis, parte oito, um estudo sobre os trabalhos monótonos, usando como exemplo as montadoras de veículos desde o início de sua disseminação pelo mundo.

O subtítulo “O trabalho ‘em migalhas’” trata do trabalho repetitivo das fábricas de automóveis por meio do controle do tempo e mão obra. A setorização das atividades, em que cada parte fica responsável por uma simples tarefa, torna a produção fabril simples e rápida.

Por outro lado, quase que de maneira imperceptível, pelo menos no primeiro momento, as empresas, de acordo com o livro, “transformam o trabalho em ‘migalhas’, fazendo com que cada operário produza parte do produto”.

Ainda segundo o estudo é que além do trabalho monótono que reduz a ação a operação simples, o conhecimento do próprio operário é reduzido, fragmentado em relação ao todo, diferente daquela atividade em que o trabalhador é parte fundamental de todo o processo de produção.

Idealizado para se produzir mais, a setorização das atividades em qualquer trabalho, que se apresenta como planejamento, na verdade, conta o livro, “é uma técnica social de dominação (…) ao desvalorizar o ritmo do corpo, o sentimento, a imaginação, a inventividade humana”.

Aborda o estudo que mesmo não sendo fácil submeter o operário ao trabalho rotineiro e repetitivo, as técnicas daquela época e até hoje empregadas foram substituídas pelo “setor de planejamento”, e as maneiras mais sutis de constrangimento impostas por um chefe, se tornaram impessoais com essa setorização por meio das tarefas.

Frente a isso o funcionário não é obrigado ou não tem a permissão para pensar, repetitivamente em determinado horário ele deve ser parte da produção e com isso não enriquece seu saber, não exercita suas capacidades e não se desenvolve.

Esse é resultado do capitalismo que transforma a eficácia, o conhecimento e a criatividade em “palavras de ordem”, tornando essa e outras positivas características “movimento controlado externa e artificialmente”.

 

Por: Gustavo Vieira