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Professoras são maioria no ensino básico, mas minoria na universidade

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De acordo com Maria Clotilde Lemos Petta, coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e diretora do Sinpro Campinas, neste 8 de março é importante destacar a luta pelo aumento do salário das professoras do ensino básico e pela igualdade salarial entre homens e mulheres no nível superior.

De aproximadamente 2,2 milhões de professores que lecionam do Fundamental I ao Ensino Médio, cerca de 1,8 milhões são mulheres, de acordo com o relatório Sinopse Estatística da Educação Básica com base no Censo Escolar 2017.

Já na Educação Infantil as mulheres chegam a ser quase a totalidade dos profissionais de educação. Dos 320.321 professores de pré-escola, 304.128 são mulheres, contra apenas 16.193 homens, número quase 19 vezes maior. Nas creches, a proporção supera 40 vezes: são 266.997 mulheres e 6.642 homens.

Esse fenômeno tem nome: Androfobia. Isso acontece porque durante muito tempo, a educação foi responsabilidade da mulher, pois antigamente a mulher era possuidora de “dons naturais para cuidar”, tornando a educação infantil uma vocação, e não uma profissão. Isso é o que aponta a tese “Relações de Gênero e Trabalho Docente na Educação Infantil: Um Estudo de Professores em Creche” de Deborah Thomé Sayão.

Apesar das mulheres serem maioria no nível básico, o número de docentes homens nas universidades é superior, justamente no nível de ensino em que o salário é mais alto.

Em 2010, os professores homens de universidades recebiam, em média, R$ 5.403,81, e as mulheres, R$ 3.873,18. No ensino pré-escolar e fundamental, as professoras informaram receber R$ 1.258,67, e os professores, R$ 1.685,55. No ensino médio, docentes do sexo masculino recebiam R$ 2.088,56, e do feminino, R$ 1.822,66.

Diante deste cenário, Clotilde pontua:

“Isso mostra nitidamente a discriminação entre homem e mulher porque além dos salários mais altos, a tendência na hora de contratação é de também contratar o homem porque a mulher engravida ou porque tem filho pequeno, por exemplo”, explicou Clotilde em entrevista ao Portal Vermelho.

Segundo o Censo da Educação Superior de 2016, tanto no ensino privado quanto na rede pública a maioria do corpo docente é composta por homens, com idade entre 34 e 36 anos.

Por isso, neste 8 de março deve-se olhar para a realidade das mulheres brasileiras que hoje já não têm a responsabilidade de cuidar, mas de ensinar os alunos tanto no ensino básico quanto superior. Superar as desigualdades é fundamental para uma educação de qualidade, que dê ênfase a igualdade de gênero nas escolas e universidades.

Se as mulheres hoje representam maioria dos brasileiros graduados – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – elas devem ocupar, no mínimo, metade dos postos de trabalho no ensino superior.

De acordo com dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (07), tomando por base a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo em 2016, as mulheres somam 23,5%, e os homens, 20,7%.

Do Portal Vermelho