Com indústria e serviços estagnados, agro puxa PIB, que sobe 1%
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% em 2017, resultado divulgado nsta quinta (1º) pelo IBGE e esperado pela maioria dos observadores. Foi o primeiro resultado positivo depois de duas retrações seguidas, de 3,5% e 3.6%, mas ainda longe de indicar alguma recuperação consistente, além de concentrado exclusivamente na agropecuária (13%), já que os serviços pouco avançaram (0,3%) e a indústria não andou (0%). Além disso, um importante indicador, de investimentos, caiu em relação a 2016.
Em valores, o PIB somou R$ 6,56 trilhões. O PIB per capita variou 0,2%, em termos reais, somando R$ 31.587. A taxa de investimento correspondeu a 15,6%, ante 16,1% no ano anterior, enquanto a taxa de poupança aumentou de 13,9% para 14,8%. Indicativos de gastos menores. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), dado que aponta investimento das empresas, caiu 1,8% no ano passado.
Um resultado melhor foi o do consumo das famílias (R$ 4,161 trilhões), que cresceu 1% – havia caído 4,3% em 2016. A liberação de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia ajuda a explicar o aumento. Já o consumo do governo (R$ 1,315 trilhão) recuou 0,6%.
Segundo o IBGE, a alta na agropecuária veio, principalmente, das lavouras do milho, com crescimento de 55,2%, e da soja (19,4%). Na indústria, enquanto o setor extrativo subiu 4,3%, a construção recuou 5%. Já a indústria de transformação avançou 1,7%. Nos serviços, o comércio cresceu 1,8%.
A queda da FBCF foi puxada pela construção, de acordo com o instituto. A alta no consumo das famílias é explicada “pelo comportamento dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda no ano de 2017”.
As exportações de bens e serviços cresceram 5,2%, enquanto as importações aumentaram 5%.
Os dados de 2017 mostram que o PIB foi crescendo menos em relação ao trimestre imediatamente anterior ao longo do ano: 1,3% no primeiro trimestre, 0,6% no segundo, 0,2% no terceiro e 0,1% no último.
Do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, praticamente não houve avanço (0,1%), com pequena alta na indústria (0,5%) e nos serviços (0,2%) e estabilidade na agropecuária (0%). O consumo das famílias avançou só 0,2%.
No último trimestre, em relação a igual período de 2016, houve crescimento de 2,1%, com resultados mais distribuídos entre os setores: a agropecuária avançou 6,1%, a indústria cresceu 2,7% e os serviços, 1,7%.
Ainda nessa base de comparação, a FBCF cresceu 3,8%, a primeira alta em 15 trimestres. O consumo das famílias subiu 2,6% e o do governo caiu 0,4%.
Fonte: RBA