É hora do povo ir às ruas contra Temer, dizem Mamberti e Amorim
“Essa é uma boa oportunidade para o brasileiro ir para a rua e mudar o curso dos acontecimentos, mandar os canalhas para a cadeia e fazer eleição, mas isso exige que o povo vá para a rua!”. A afirmação foi feita pelo jornalista Paulo Henrique Amorim após a divulgação da matéria no jornal O Globo, nesta quarta-feira (17), que revelou a tentativa de compra do silêncio de Eduardo Cunha pelo usurpador Michel Temer.
Já o ator Sérgio Mamberti se diz cada vez mais preocupado com a situação política no Brasil, mas vê nesta denúncia uma perspectiva de mudança e uma oportunidade para que o povo brasileiro reaja e “retome o seu espaço nas ruas para que o processo democrático no Brasil seja restaurado”.
“A luta pela institucionalidade democrática no Brasil é inadiável. Essa foi uma denúncia muito grave, mas não que seja uma surpresa para a gente. Sabemos do comprometimento desse presidente ilegítimo com o que há de mais escuso. Foi um tumor que estourou”, classifica.
Mamberti também ressaltou que “quem está fazendo essa denúncia é uma rede que ajudou a derrubar a presidenta eleita Dilma”. Ele ainda reforça que “o povo tem que ocupar as ruas, porque senão quem vai ocupar serão as forças mais reacionárias”.
O jornalista Paulo Moreira Leite também reforça a necessidade do povo ir para às ruas e afirma que a solução é a convocação de eleições diretas.
“Hoje só existe uma perspectiva para o Brasil: eleições diretas já! Todos sabiam do golpe, mas essa verdade está sendo desmontada e revelada aos detalhes. E caso as eleições não aconteçam, o país não irá aguentar a falta a democracia. Eu não vejo outra saída”, diz.
Leite ainda reforça que o Brasil está vivendo um processo de “inchamento de consciência, de direitos e da nossa história”. “E o principal efeito é jogar sobre a gente a descrença, de que não podemos acreditar em mais nada”.
Ainda sobre a possibilidade de novas eleições, a jornalista Maria Inês Nassif revela dúvida sobre a convocação de novos representantes, mas lembra que os golpistas perdem cada vez mais o apoio popular.
“O que a gente está percebendo é que toda vez que essa quadrilha que tomou o poder é denunciada de alguma forma, há uma reação de igual intensidade. Eles passam a oferecer mais serviços sujos, como as reformas trabalhista e da Previdência. É um grande temor até termos eleições”, afirma.
Os intelectuais estavam reunidos no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, onde Miruna Genuíno, lançava seu livro “Felicidade Fechada” sobre o impacto familiar da perseguição ao seu pai, José Genuíno. Ex-guerrilheiro do Araguaia e ex-presidente do PT, Genoíno foi vítima de forte linchamento midiático e foi tema do debate sobre essa prática que tem se tornado comum na política nativa.
“O livro da Miruna é comovente porque ela consegue mostrar para o cara que julga, o estrago que ele faz na vida das pessoas”, diz Maria Inês.
A jornalista também ressalta a perseguição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Para você poder derrubar um governo, você precisa destruir reputações A justiça do Moro é um inquérito policial-militar e os opositores vão sendo derrubados um a um. Não há justiça!”.
Entenda o caso
Michel Temer foi flagrado em gravações participando diretamente da negociação de propina para comprar o silêncio do réu e ex-deputado Eduardo Cunha, atualmente preso. “Tem que manter isso, viu?”, disse Temer sobre o acordo, segundo gravação, informou o jornal “O Globo”.
Além disso, Temer teria indicado o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto ligado à empresa. Em outra gravação, Loures aparece, segundo a Globo, recebendo uma mala com R$ 500 mil que teria sido enviada pelo dono da JBS.
As denúncias divulgadas nesta terça também atingiram a carreira política do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves. Ele aparece em áudio pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS, o mesmo que gravou o ilegítimo Temer. Ao negociar quem iria pegar a propina, Aécio Neves revelou um lado mais obscuro da transação: “tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque elesai de lá e vai no cara”.
Da Redação da Agência PT de Notícias