COREIA VETA FRANGO BRASILEIRO E UNIÃO EUROPEIA BARRA IMPORTAÇÃO
Os primeiros efeitos da espalhafatosa Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, começam a surgir no mercado brasileiro de carnes. A Coreia do Sul foi o primeiro país a anunciar a suspensão temporária de produtos de frango da BRF, uma das empresas investigadas e dona das marcas Sadia e Perdigão.
O governo sul-coreano também anunciou que vai intensificar a fiscalização. No ano passado, mais de 80% das cerca de 107,4 mil toneladas de frango importado pela Coreia do Sul tiveram o Brasil como origem.
Principais concorrentes da carne brasileira na Europa, os irlandeses também pediram oficialmente à Comissão Europeia o “embargo imediato de toda a importação de carne do Brasil”. O pedido foi seguido por um anúncio da Comissão Europeia nesta manhã da suspensão de carne do Brasil de todas as empresas envolvidas na investigação.
“A Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE”, disse um porta-voz da Comissão Europeia em coletiva de imprensa regular. A Comissão acrescentou que o escândalo da carne não terá qualquer impacto nas negociações em curso entre a União Europeia e o Mercosul, no qual os dois lados esperam chegar a acordos sobre livre comércio.
O assunto deverá ser levado a reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) nessa semana, de acordo com reportagem do correspondente Jamil Chade. A entidade se reúne a partir de terça-feira para debater temas fitossanitários e os principais parceiros comerciais se mobilizam para levantar o assunto durante a reunião.
As suspensões da comercialização acontecem pouco depois de Michel Temer se reunir-se com embaixadores de países importadores e assegurar que os casos investigados são isolados e não comprometem o setor e nem o sistema de fiscalização brasileiro.
Neste domingo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que a Polícia Federal cometeu “erros técnicos” no desenrolar da operação e que algumas das práticas destacadas pela Polícia Federal são permitidas pela legislação. Em dois anos de investigação, a PF só analisou produtos de uma empresa (leia mais).
A Operação Carne Fraca foi deflagrada na última sexta-feira (17). Segundo a PF, cerca de 30 empresas do setor pagavam propinas a fiscais do Ministério da Agricultura para que fossem emitidos licenças e certificados sanitários sem a devida fiscalização.
Brasil 247