INDICADO PARA O STF, MORAES OSTENTA UM DESASTROSO CURRÍCULO POLÍTICO
“A promoção de Moraes à mais alta Corte do País é o triunfo da ineptocracia”, escreve Rodrigo Martins na Carta Capital. “À frente da pasta da Justiça, o tucano coleciona patacoadas. Em agosto de 2016, deixou-se filmar desbastando pés de maconha na fronteira com o Paraguai, além de estarrecer especialistas em segurança pública ao declarar que o Brasil precisava de menos pesquisas e mais armas”, enumera o colunista.
“Em setembro, durante um comício do então deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), mais tarde eleito prefeito de Ribeirão Preto, Moraes resolveu desfilar seus conhecimentos sobre os próximos passos da Lava Jato: “Quando vocês virem esta semana vão se lembrar de mim”. No dia seguinte, o ex-ministro Antonio Palocci, do PT, foi preso pela operação.
Os massacres nos presídios, que resultaram na morte de mais de 130 detentos nas primeiras duas semanas do ano, expuseram ainda mais a débil gestão do Ministério da Justiça. Moraes teve acesso a numerosos relatórios com alertas sobre as desumanas condições dos cárceres e sobre as sangrentas disputas travadas por facções criminosas, alguns deles produzidos pelo próprio Departamento Penitenciário Nacional ou pelo setor de inteligência da Polícia Federal, ambos vinculados à pasta.
Um episódio, em particular, denota a vocação de Moraes para a ficção. Em 21 de novembro, a governadora de Roraima, Suely Campos, enviou ofício em caráter de urgência ao ministro da Justiça solicitando “apoio do Governo Federal, bem como da Força Nacional” para os presídios do estado, imersos em “grande clima de tensão”. Moraes negou o pedido: “Infelizmente, por ora, não poderemos atender ao seu pleito”.
Na madrugada de 6 de janeiro, as sombrias previsões da governadora se concretizaram: 33 homens sob custódia do Estado foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista. Após o morticínio, o ministro tentou desmentir Suely Campos. A fábula não resistiu, porém, à divulgação da íntegra do documento pela mídia.
‘Perdido no caos’, resumiu a Folha de S. Paulo em editorial publicado em 13 de janeiro. ‘Atirando para todos os lados, o ministro tachou de pseudoespecialista quem criticou o plano nacional de segurança apresentado pelo governo e, como se enunciasse grande ideia, sugeriu que a visita de advogados de chefes de facções a presídios deveria ser monitorada, inclusive por meio de gravações’, autoritária medida rechaçada por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil.”
Brasil 247