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Augusto

Mamede, o programa foi feito para levar atendimento básico para onde não havia. Os números estão inflacionados porém. Fizemos esta conta várias vezes e nenhum dos colegas conseguiu fechar estes números, atendimento de qualidade pede tempo.

Mas o problema que vai ocorrer necessariamente é que a atenção básica não dá conta de tudo e não temos investimento em estrutura para os níveis secundários e terciário de saúde. Como exemplo: quem precisa de cirurgia entra numa fila enorme e não por falta de médico, por falta de material de consumo usado na cirurgia.

Como as entidades médicas denunciam todos os dias: precisa de carreira de estado para o médico ir para o interior e investimento em estrutura, sem isto, é só um programa eleitoreiro, cheio de furos contábeis e ruim.

 

Augusto

O que o site não informa: os hospitais que não aderem ao programa de privatização proposto pelo governo federal, no qual a autonomia de gestão vai embora em nome de alguma proposta que não convenceu, ficam de fora.

Catalão pode ver o resultado disto na cidade vizinha: Uberlândia. Ela só não interrompeu atendimento de urgência e emergência.

Para quem não sabe o que significa isto: o governo federal não gere seus recursos nem planeja nada: quer impor suas “soluções mágicas” usando como recurso a estratégia totalitária de propaganda pesada e a construção de um bode expiatório no discurso e imaginário popular (falas como “o culpado disto é….”).

Minha crítica é no fato que uma área tão crítica como a saúde precisa ter uma solução sustentável discutida amplamente e não o arremedo de resposta que o governo federal vem fazendo em todos os níveis.

Voltando ao caos da gestão de saúde em Uberlândia (uma lição que precisamos refletir bem): a UFU é o único local onde são feitos muitos exames de alta complexidade porque nem a prefeitura dali nem as prefeituras das cidades vizinhas fazem investimentos em estrutura de saúde, com o resultado óbvio: uma instituição sobrecarregada e a população em filas que não precisariam existir se .os gestores fizessem sua obrigação.