Violência policial aproxima governo Temer da ditadura militar
A violência usada por forças policiais contra os manifestantes na tarde/noite desta terça-feira (29), em frente ao Congresso nacional, foi duramente criticada por parlamentares da oposição ao governo golpista de Michel Temer. E comparada às forças policiais usadas pela ditadura militar contra os manifestantes que, em abril de 1984, lutavam pelas Diretas Já! Os dois governos e os métodos são igualmente ilegítimos e representam uma violação ao estado democrático de direito.
Os métodos usados pela polícia de Temer foram comparados aos dos militares contra as manifestações das Diretas Já!
“É algo perigoso o que está acontecendo nesse processo político. Nós estamos atentos para procurar saídas, mas não tem democracia sem povo e não tem governo que se sustente na democracia sem povo. Como esse governo é ilegítimo, só vejo uma saída que é criar condições de eleições diretas já”, avalia o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA).
“O único oxigênio para manter a democracia viva é devolver ao povo a decisão sobre a escolha do Presidente da República”, enfatiza o parlamentar, novamente comparando as duas situações em que era negado ao povo brasileiro o direito de escolher o Presidente da República.
Cerca de 30 mil pessoas fizeram uma grande protesto contra a votação, no Congresso, da PEC 241/55, que congela os gastos públicos por 20 anos, e a Medida Provisória 746/2016, que desmonta o ensino médio brasileiro. As medidas antipopulares do governo golpista de Michel Temer são apontadas como a consolidação do golpe parlamentar que destitui da Presidência da República a presidenta eleita Dilma Rousseff.
Nota do PT
A Liderança do PT na Câmara também se manifestou sobre o episódio de violência protagonizado pela Polícia Militar do Distrito Federal, que reprimiu violentamente os manifestantes que protestavam contra a PEC 241/55, que congela os gastos públicos por 20 anos, e a Medida Provisória 746/2016, que desmonta o ensino médio brasileiro.
“A Bancada do PT repudia veementemente a violência contra os manifestantes e atribui toda responsabilidade desses fatos a Michel Temer, que já devia ter retirado de tramitação a MP 746 bem como excluído a educação do corte de gastos da PEC 55”, diz a nota.
A exemplo do líder do PCdoB na Câmara, a Liderança do PT explica que a repressão não fará arrefecer “o apoio à luta do povo brasileiro contra a PEC 55 e aos estudantes contra a MP 746.”
Negação da democracia
Daniel Almeida disse que “temos que condenar a violência e, com isso, só nos sentimentos mais responsáveis e estimulados a fazer resistência.” Para ele, a violência demonstra “o desespero de um governo que sabe que se afasta cada vez mais dos interesses do povo e cada vez mais vai ter mais cobrança.”
“Nós estamos à beira de uma crise institucional, os debates no parlamento acontecem de forma açodada, sem acompanhamento do povo e os espaços do Congresso são fechados, com trancas, barreiras e policiais, uma negação da democracia e uma violência à nossa constituição e ao estado democrático de direito”, analisa o líder comunista.
“O governo está sem rumo do ponto de vista de como conduzir a economia, que está em colapso. Em seis meses, o governo não consegue apresentar qualquer resultado, a crise se agrava, o desemprego cresce, as conquistas sociais vão para o ralo, e quer impor mudanças na legislação brasileira, principalmente na área econômica, para consolidar o golpe e a interrupção da democracia. E como sabe que não tem respaldo popular, usa a força”, explica o parlamentar.
De Brasília
Márcia Xavier
Portal Vermelho