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APÓS GOLPE, FHC PEDE TRÉGUA E PROTEÇÃO A EMPRESAS ATINGIDAS PELA LAVA JATO

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Depois de ajudar a articular o golpe parlamentar de 2016 no Brasil, que derrubou a presidente Dilma Rousseff e colocou Michel Temer no poder, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende uma “trégua nacional”, a proteção das empresas atingidas pela Lava Jato e a diferenciação dos crimes, com peso menor para o caixa dois, no momento em que dirigentes tucanos e peemedebistas devem ser atingidos pelas delações de grandes empreiteiras.

“Quanto a mim, a preocupação maior é com os efeitos da crise econômica, pela qual obviamente a Lava Jato não é responsável. Não endosso manobras que a atinjam”, escreveu FHC, por email, à jornalista Daniela Lima (leia aqui).

FHC também sinalizou que defende penas menores para o caixa dois. “Cabe à Justiça separar o joio do trigo e dosar que tipo de crime foi praticado e se foi mesmo. Isso não é tarefa para o Congresso”, afirmou. Deve-se lembrar que a Odebrecht acusou o chanceler José Serra de receber R$ 23 milhões na Suíça e a OAS acusou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de cobrar propinas nas obras da Cidade Administrativa.

O ex-presidente também falou sobre os efeitos da Lava Jato na economia. “Outra coisa, como escrevi, são as necessárias medidas que preservem as empresas, mas não os delitos de seus donos e funcionários”, afirmou. “A estagnação em que estamos é grande e tem efeitos sociais e econômicos devastadores. É para resolvê-la que precisamos do que chamei de ‘trégua nacional’, não para anistiar culpados”, concluiu.

Com a agenda do impeachment, colocada em marcha pelo PSDB, a economia brasileira caiu 5% em 2015 e mais 3,5% em 2016, desempregando milhões de brasileiros e possibilitando a queda de Dilma. Feito o trabalho, os tucanos foram os grandes vencedores das eleições municipais, mas recebem um país arruinado. Além disso, líderes do partido sofrem acusações muito mais graves do que as que atingiram a ex-presidente, assim como o ex-presidente Lula. Por isso mesmo, FHC busca agora uma saída para o caos brasileiro.

Brasil 247