Bolsonaro, de valentão a réu por apologia ao estupro
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) acreditava que suas agressões ficariam impunes por conta da imunidade parlamentar. Agora, depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que ele será réu em ação por apologia ao estupro, o valentão se faz de vítima para as câmeras de TV. Mas em conversa com um jornalista que imaginava ser um advogado ele revelou que sentiu o baque.
“Me fodi. Tomei de quatro a um [quatro ministros votaram contra ele e um a favor]. Estão querendo me tornar inelegível para as próximas eleições. Vou pagar pelo estupro coletivo daquela menina no Rio”, disse Bolsonaro, segundo a coluna de Ricardo Noblat.
Segundo o colunista, a declaração de Bolsonaro foi feita nesta terça-feira (21), no restaurante Bistrô Piantas, em Brasília. Quando o Jornal Nacional noticiava a decisão do Supremo, ele se levantou para assistir. Em seguida, de acordo com o colunista, decidiu gravar um vídeo para desabafar e em conversa com um jornalista que ele imaginou ser um advogado acabou confessando que a decisão o abalou.
O relator da ação no STF, o ministro Luiz Fux, afirmou: “A violência sexual é um processo consciente de intimidação pelo qual as mulheres são mantidas em estado de medo”.
A agressão contra a deputada Maria do Rosário (PT-RG) aconteceu em 2014, após discurso da parlamentar que homenageou as vítimas do regime militar. Defensor da ditadura, Bolsonaro, histérico, subiu à tribuna da Câmara para criticar a fala da depurada.
Quando a deputada deixava o plenário, ele disse: “Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir”.
Durante a votação do pedido de impeachment, Bolsonaro dedicou o seu voto ao torturador do Doi-Codi coronel Brilhante Ustra.
Assista a reportagem que mostra a agressão de Bolsonaro contra Maria do Rosário: