Sessão da Câmara é marcada por desordem e pouca produtividade
A Câmara de Vereadores de Catalão aprovou nesta terça-feira (22) mais um projeto de lei (nº 25/16) do Executivo que prevê a realização de leilão público para alienar bens considerados economicamente inviáveis para consertos e manutenção e improdutivos para uso permanente no serviço público. Entre os bens estão mais de 56 veículos, como motos, carros, caminhões, camionetes, entre outros. Apenas dois projetos foram apresentados.
De acordo com o texto, os recursos obtidos com a venda dos bens serão empregados exclusivamente na aquisição de veículos para atender às necessidades de secretarias e autarquias do município.
O peemedebista Deusmar Barbosa usou a tribuna da Câmara para reclamar do PL. Ele considerou de extrema insegurança votar a favor da matéria e explicou seus motivos. “Tem veículo aqui ano 2011, 2012 e isso pode ser considerado sucata? É brincadeira esse povo! Eles querem vendê-los para comprar votos assim como estão fazendo com os lotes da prefeitura. Dão um chequinho de R$ 2 mil, prendem a pessoa e depois dão outro de R$ 2 mil. Eu não tenho coragem de votar a favor desse projeto porque não sei o que essa administração que aí está vai fazer com o dinheiro. Eu não confio”, reforçou o vereador.
Aurélio Macedo (PP), da base governista, defende o projeto. “Vocês, em doze anos, venderam cerca de 350 veículos e isso sem contar os de duas rodas. Aí, quando não são vocês, do PMDB, que estão vendendo os veículos o projeto não é bom. Só vocês é que podem vender? Gente, esses carros, motos e outros não têm mais condições de uso, é só ir à Infraestrutura para ver, estão lá. Portanto, eu voto favorável porque com o dinheiro do leilão serão comprados novos veículos”, afirma.
Durante a reunião legislativa, a 9ª de 2016 e a mais longa dos últimos três anos, o vereador Paulinho Moreira, do PMN, pediu a palavra para discutir o projeto e fazer outras colocações, e não tendo a autorização do presidente Juarez Rodovalho (DEM), os ânimos se exaltaram no plenário. Paulinho criticou a presidência por blindar especialmente a oposição sempre que acha conveniente.
Gritos e berros tomaram o encontro legislativo e num ato de revolta Daniel do Floresta (PMDB) arrancou o microfone da mesa do presidente. “Fala agora, fala agora”, dizia ele. A procuradora da Casa, Elke Baêta, interveio impedindo o agravamento da situação. “Vai ter consequências, vereador”, comentou o democrata em relação a Daniel.
Outro questionamento de Paulinho ao presidente foi com relação ao direito de uso da fala durante as sessões. Indignado por não poder discutir os projetos e requerimentos em momento oportuno, Paulinho leu o regimento da Câmara para o presidente e pediu que ele respeitasse o regulamento, mas a iniciativa não surtiu o efeito esperado. “Eu não vou dar a palavra, se quiserem, falem no uso dos assuntos pessoais. E não adianta falar, não vou dar a palavra”, disse o democrata em resposta.
Ainda sobre a venda dos veículos, a Prefeitura reforça a necessidade de leiloá-los com a alegação de ser inviável mantê-los em operação, o que comprometeria os recursos financeiros dos cofres públicos com a constante recuperação dos mesmos.
Por: Gustavo Vieira