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Argentina: Macri proíbe imprensa de cobrir manifestações

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Em meio a manifestações diárias contra as medidas neoliberais e os ajustes do governo, Mauricio Macri, ao invés de melhorar, prefere censurar a imprensa. A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou um novo protocolo de atuação para as Forças de Segurança nas manifestações, onde amplia os poderes para reprimir e criminalizar. Segundo as novas regras, os jornalistas deverão “fazer seu trabalho em uma zona determinada pela polícia”.

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Imprensa deverá permanecer em “áreas estipuladas” e novas regras não proíbem a polícia de usar armas de fogo

Os policiais responsáveis por dispersar as manifestações também poderão utilizar armas de fogo, além de balas de borracha, sem regras. Para os membros do Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels), esta é a mudança mais grave do novo protocolo. “Estas regras desfazem uma medida fundamental que havia sido tomada depois dos piores episódios de repressão na democracia, onde as forças de segurança causaram dezenas de mortos.”

“O governo do presidente Mauricio Macri não quer que, durante os próximos quatro anos, as ruas sigam sendo um lugar diário e permanente de problemas”, afirmou Patricia Bullrich, ao apresentar o “Protocolo de atuação nas manifestações públicas”.

O manual, que contém dezenas de medidas, limita ainda a atuação dos manifestantes. De acordo com as novas regras, toda e qualquer manifestação deverá ser submetida à aprovação da polícia, com trajeto, número esperado de manifestantes e tempo estimado do protesto. Se as estimativas não forem cumpridas, a polícia terá plena liberdade de imediatamente reprimir a manifestação. “Pediremos que se retirem pacificamente. Se não saírem entre cinco e dez minutos, os ‘sacamos’”, disse a ministra.

Para o Cels, o governo nacional deveria regular a atuação das forças de segurança e o uso da força, mas está fazendo justamente o contrário, que é ampliar seu poder de criminalização e repressão.
Sobre a resolução dedicada à imprensa, o Cels afirma que afeta diretamente “de maneira negativa a liberdade de imprensa e impede o controle que o registro fotográfico e audiovisual exerce sobre o trabalho da polícia”.

Brasil 247