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Campus Catalão da UFG: quem é o pai?

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No dia 04 de novembro foi anunciado a criação de mais duas universidades federais em Goiás, uma em Catalão e a outra em Jataí. Hoje, as duas cidades contam com uma unidade da Universidade Federal Goiás que passarão a ser autônomas ainda este ano, cada uma com seu próprio reitor, como prevê o governo federal.

Essa conquista é fruto de muita luta e durou décadas até ser alcançada, mas a preocupação agora é descobrir quem é o “pai” de tudo isso. Isso mesmo! Políticos de nossa cidade e do estado estão gladiando entre si para ver quem consegue batizar a conquista com seu nome.

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O fato é que o início de tudo é que dita o curso de toda a história. Haley Margon Vaz, ex-prefeito de Catalão, tem grande participação no que a universidade se transformou. Tendo sido vereador, deputado federal, secretário geral do Ministério da Agricultura, Pasta que também ocupou como interino; além de secretário da Fazenda e de Indústria e Comércio de Goiás, Haley Margon era chefe do Executivo Municipal quando a universidade se instalou na cidade.

“Antes de assumir a prefeitura eu já articulava para a vinda da UFG para Catalão. É preciso deixar claro que a universidade só existe aqui por determinação de uma catalana chamada Maria Cassimiro, ex-reitora, sem ela nada disso teria acontecido. O primeiro passo foi passar aquele terreno onde está a instituição, que era da União, para o Ministério da Educação, e depois disso conseguimos doar à universidade para o pontapé inicial”, explicou Haley. “Eu acho que hoje as pessoas deveriam abraçar a UFG, tem gente que faz só um pouquinho e acha que tá bom. Tenho certeza que os professores da época é que são as verdadeiras pessoas a serem lembradas, eles sim merecem todo o crédito, já os políticos fizeram algo de tamanho medíocre perto do que eles fizeram”, acrescentou.

Maria do Rosário Cassimiro, natural da cidade de Catalão, é uma educadora, escritora e professora brasileira, ex-presidente da Academia Feminina de Letras de Goiás e ex-reitora da Universidade Federal de Goiás entre os anos de 1982 e 1985 e da Universidade Federal do Tocantins (UFT, à época Unitins) quando da separação dos dois estados. Foi a primeira mulher a exercer o cargo de reitora em uma universidade federal brasileira. Bacharel em Pedagogia PUC-GO e licenciada em pedagogia pela mesma universidade, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Foi condecorada com o título de professora emérita da UFG. Atualmente é membro do Conselho Estadual de Educação do Estado de Goiás, onde também exerceu a presidência. Antes da reitoria ocupou a presidência do Conselho Coordenador de Ensino e Pesquisa (CCEP) e a pró-reitoria de extensão na UFG, durante o reitorado do eminente professor José Cruciano de Araujo, gestão esta que foi responsável pela criação dos campus avançados de Jataí, Catalão, Firminópolis e Porto Nacional, esta última cidade hoje pertencente ao estado do Tocantins (Fonte: UFG).

“O segundo momento da universidade deve ser lembrado, tem nome e se chama Edward Madureira, também ex-reitor da UFG. Foi ele a pessoa que alavancou tudo o que ela é hoje. Antes dele aquilo ali era uma coisa, com poucos cursos, uma estrutura pequena, e com ele ela se tornou o que é hoje. Tudo bem que ele não estava lá no começo, mas deve ser lembrado pela boa gestão que fez e a autonomia que ela terá, passando a ser independente. Edward também tem participação nisso”, acrescentou Haley.

Haley Margon tem parte preponderante também no crescimento da universidade. Foi ele quem doou à UFG, em 2009, terreno de mais 50 mil m², que se localiza próximo ao setor universitário. “Acho que isso é necessário. Para ajudar a universidade na época em que era prefeito, me lembro que peguei todo o dinheiro da venda de sete lotes que tinha para construir e colocar livros na biblioteca. Hoje eu também estou pavimentando com asfalto as vias da instituição e acho que coisas assim é que devem ser feitas, é ajudar e falar menos. Eu gostaria de ter feito muito mais”, frisou o entrevistado. A área doada, que está sendo edificada, faz parte de um dos locais de expansão do Câmpus Catalão e irá abrigar futuramente novas instalações e unidades de pesquisa.

Sobre as falácias de quem possa ser o responsável pelo o que a UFG de Catalão é hoje e, inclusive, sobre sua transformação para universidade independente, Haley falou que “é muito fácil comer a carne já assada, mas fazer o churrasco desde a preparação do carvão e tudo mais é que faz a diferença. O povo não é bobo e sabe quem realmente tem haver com aquilo ali”, concluiu.

Para a concretização do tão sonhado momento, a criação da Universidade Federal do Sudeste Goiano ou Universidade Federal de Catalão, é necessário a oficialização da presidente Dilma Rousseff (PT), o que deve acontecer no dia 27 próximo em visita à cidade. O ato estava marcado para acontecer amanhã, 19, mas Dilma decidiu prorrogar a data.

Por: Gustavo Vieira