Justiça derruba Feriado do Dia da Consciência Negra
A ACIC/CDL (Associação Comercial e Industrial de Catalão e Câmara dos Dirigentes Lojistas) foi à Justiça para derrubar o feriado do Dia da Consciência Negra em Catalão, em 20 de novembro, decretado há poucos dias pelo prefeito Jardel Sebba (PSDB). A justificativa é o alegado prejuízo que um dia de portas fechadas traria aos comerciantes.
A intenção da associação veio a público hoje, 17, por meio de coletiva de imprensa marcada pelo presidente Geraldo José. De acordo com ele, toda a classe empresarial não está a favor do feriado por questões diretamente ligadas à economia. “Estamos em um período pós-Festa do Rosário, ou seja, o comércio local já perdeu milhões com o evento que ocorreu no mês passado; vivemos esse momento de recessão severa, onde muitos comerciantes estão lutando para não fechar suas portas, então, por esse motivo, somos contrários à criação do feriado. Concordo que a data seja comemorada, não temos nada contra a comunidade negra, mas não acho que seja prudente que o comércio feche as portas no dia 20 de novembro (sexta-feira)”, explicou.
Geraldo foi ainda mais incisivo quando questionou o por quê de a ACIC/CDL não ter sido chamada pelo governo local e a Câmara dos Vereadores antes da criação do feriado. “Em nenhum momento isso foi tratado com a gente, eles mesmos se reuniram e decidiram pela data. Acho que um tema dessa natureza não pode ser decidido assim, até porque nós, empresários, estamos diretamente ligados ao assunto. Eles tinham que nos procurar sim, mas, infelizmente, isso não aconteceu e por esse motivo também fomos à Justiça”.
O juiz Marcus Vinícius Ayres Barreto foi quem deferiu liminar a favor da entidade, e o vereador Aurélio Macedo (PP) é o autor do projeto que cria o feriado – aprovado na Câmara em 27 de outubro.
Geraldo falou ainda não acreditar que a outra parte recorra dessa decisão “devido o desgaste que esse assunto já causou, mas isso é um direito deles e nós vamos continuar lutando pelos nossos direitos também”, concluiu.
Do outro lado está o Sindcom (Sindicato dos Empregados no Comércio). “Lógico que somos favoráveis ao feriado”, sustenta seu presidente, Everton Alves, o Pingo. “Mas vamos respeitar a decisão da Justiça nesse momento”, acrescentou.
Por: Gustavo Vieira