Sem categoria

Barragem vai garantir abastecimento de Catalão nos próximos anos

Spread the love

sae-720x0[1]

A Prefeitura de Catalão aposta no represamento do Ribeirão Pari, nas proximidades dos limites com Goiandira, para superar de vez a crise hídrica que atinge diversas cidades brasileiras pelo segundo ano consecutivo. Aliás, o problema está muito longe de ser local. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Estado da Califórnia enfrentou seca histórica no primeiro semestre, e agora, tal qual a região Sul do Brasil, tem sido atingido por tempestades sem precedentes.
As obras serão realizadas com recursos de empréstimo de R$ 36 milhões em fase final de liberação pela Caixa. Relações públicas da Superintendência Municipal de Água e Esgoto (SAE),  Fernanda Mendonça explica que o processo até a concretização de uma operação financeira de tal magnitude é lento e minucioso. “Acredito que até o final do ano os recursos serão finalmente liberados”.
Com previsão de conclusão até maio de 2016, a barragem terá capacidade de 3 bilhões e meio de litros de água, suficientes para abastecer toda a cidade de Catalão por até 174 dias. “Ainda que a estiagem durasse todo o período não haveria desabastecimento”, frisa.
Embora a barragem represente a solução do problema por, pelo menos,  20 anos, os governantes não podem cruzar os braços. Num futuro não muito distante será preciso buscar abastecimento em cursos d’água mais distantes, como os rios Veríssimo e São Marcos. “Os custos serão altos”, alerta a relações públicas.
Enquanto o empréstimo não é liberado e a barragem não fica pronta, cabe à população cooperar fazendo uso comedido da água. Enquanto perdurar o racionamento, em um intervalo de 1 dia e meio, cada bairro receberá água por um período entre três e quatro horas. Outras cidades goianas como Anápolis e Senador Canedo também tiveram de adotar rodízio para evitar o completo colapso do sistema de abastecimento.
Gestões anteriores não investiram o suficiente
 
De acordo com o IBGE, em 2000 Catalão tinha 64.347 habitantes. De lá para cá o crescimento populacional superou a faixa dos 50% e segundo estimativas, a cidade tem atualmente 98.737 moradores. As gestões anteriores, que estiveram à frente do município até 2012, sabiam dos riscos de abastecimento iminente e não fizeram os investimentos necessários.
Os gestores foram repetidamente alertados. Em 2001, a Senha Engenheira, atendendo solicitação da própria SAE, entregou à companhia um estudo mostrando grandes chances de colapso no abastecimento. Ao mesmo tempo, alunos da pós-graduação Strictu Sensu em Geografia do Campus Avançado da Universidade Federal de Goiás apresentaram teses de doutorado e dissertações de mestrado sugerindo perspectiva de escassez de água num futuro próximo.
O engenheiro sanitarista e ambiental da SAE, Matheus Batalha Alvim, afirma que, acima de tudo, faltou planejamento. “As poucas coisas que foram feitas foram pensadas para um curto período. Nunca se pensou Catalão para os próximos 20 ou 30 anos, que é o horizonte que se trabalha em saneamento”, reforça.
Recorrente – A falta de água se tornou um problema mais frequente em Catalão ainda durante a gestão de  Velomar Rios (PMDB, 2009/2012). Nas redes sociais, há vários depoimentos de moradores de vários bairros reclamando do desabastecimento e do descaso da gestão peemedebista.
A situação agravou-se no último ano, por conta do longo período de estiagem. “Infelizmente, as mudanças climáticas vieram para ficar. Séries históricas, o gráfico pluviométrico não são mais suficientes para basear nossas ações.”, diz Fernanda Mendonça.
Além de fenômenos sazonais como o El Niño, que aumenta a temperatura das águas do oceano Pacífico e afeta o clima em várias partes do planeta, poluição e desmatamento elevaram a temperatura do planeta, gerando uma série de desequilíbrios. “Para a nossa região, a tendência são períodos cada vez mais longos de estiagem”, explica a relações públicas.
Atual gestão investiu mais de R$ 20 milhões
Relações públicas da SAE, Fernanda Mendonça  destaca que atual gestão tem feito investimentos pesados para garantir o abastecimento. “Ampliamos a capacidade de armazenamento em bairros estratégicos e investimos em uma Estação de Tratamento de Água (ETA) Compacta, que ampliou em 25% a produção de água tratada. Essas iniciativas consumiram cerca de R$ 20 milhões.”
Segundo ela, as dificuldades ainda enfrentadas são resultado das fortes mudanças climáticas, do contínuo crescimento da população e também pelo fato de o sistema de distribuição de Catalão ser muito antigo, remontando à década de 70. “Por isso enfrentamos tantos problemas com rompimento de adutoras”, destaca.
É preciso avançar, e num cenário nacional marcado por profunda crise política e econômica obter financiamento não é tarefa das mais simples. No começo do ano, o prefeito Jardel Sebba (PSDB) tentou levar adiante o debate sobre a possibilidade de concessão dos serviços em troca de a empresa vencedora se comprometer a fazer os grandes investimentos necessários.
A oposição tumultuou o processo, impedindo que o diálogo fluísse. O grupo contrário ao chefe do Executivo local não apresentou qualquer proposta que pudesse substituir os benefícios da concessão.
 
Catalão já tem 70% de esgoto tratado
 
Sob a atual gestão, a SAE fez de Catalão referência em saneamento em nosso Estado. Durante décadas, apenas 40% de todo o esgoto sanitário da cidade recebia tratamento.
Após investimento de R$ 29 milhões, via prefeitura, governo federal e a própria SAE, Catalão passou a contar com o tratamento de 70% do esgoto produzido pela cidade. Até o final de 2016, com a conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), esse porcentual vai chegar a 100%.
ASCOM / Prefeitura