24 de setembro – Dia Nacional do Mototaxista
Muita gente não sabe, mas hoje, 24 de setembro, é Dia Nacional do Mototaxista. Ocupação árdua e perigosa, os profissionais dessa área ainda sofrem com o preconceito e discriminação da sociedade, e completa desvalorização da atividade.
Para conhecermos um pouco mais sobre eles, a reportagem do Blog conversou com Vander Geraldo dos Santos, presidente de uma cooperativa de mototaxista e que está há 11 anos ganhando o seu pão de cada dia sobre duas rodas. Segundo ele, o maior problema de quem exerce essa função não é o trânsito ruim da cidade, mas a dificuldade em conseguir que o trabalho seja legalizado e monitorado por meio de fiscalização.
Vander denunciou à reportagem que muitos mototaxistas não têm formação alguma, e que por isso e outras falhas a vida das pessoas no trânsito, especialmente do próprio condutor do veículo e de seus clientes, é colocada em risco a cada “corrida” – expressão usada por eles e que designa passeio, viagem ou translado. “Tem muita gente andando aí sem ter curso, com motos não regulamentadas, sem o colete que é um equipamento que oferece segurança ao profissional e ao passageiro, além de muitas outras coisas erradas. O pior disso tudo é que a polícia e a SMTC (Superintendência Municipal de Trânsito de Catalão) não fiscalizam quem está irregular, e isso é algo muito fácil de se fazer e impediria vários problemas”, contou.
Medida preventiva como essa está prevista nas exigências da Lei 12.009/09, que regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transporte de passageiros (mototaxista) e mercadorias (motofrete). A lei exige formação para o desempenho do ofício. Vander reclamou que a prefeitura também não está cumprindo com seu papel que é de organizar a atividade.
“Diante de tudo isso tentamos fazer crescer nossa cooperativa criada em 2006 em Catalão, no intuito de que mais e mais colegas pudessem aderir ao sistema, mas infelizmente isso não aconteceu. Os donos de pontos de mototáxi não aprovaram a ideia de integração do trabalho, e nossa proposta não cresceu até hoje. Cooperados mesmo somos apenas 20”, explicou o entrevistado.
Responsável pela Cooperativa dos Mototaxistas, situada na Avenida José Marcelino, no bairro Nossa Senhora de Fátima, Vander explicou que a parceria com os demais profissionais poderia trazer muitos benefícios para o trabalhador, como também para o passageiro: baixo custo do aluguel diário do ponto, pagamento de impostos pela emissão de nota fiscal, carga de trabalho semanal reduzida, facilidade na obtenção de linhas de crédito em instituições financeiras, entre outras, estão entre as vantagens.
“Mesmo assim, com tanta coisa que não faz nossa profissão assim tão bem vista e respeitada, eu me sinto feliz por todos os dias trabalhar nisso. Afinal, são tantos que já teria deixado isso há muito tempo se eu não gostasse”, concluiu o mototaxista.
Por: Gustavo Vieira