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Procissão do Fogaréu: Uma das mais lindas manifestações religiosas…

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Procissão do Fogaréu

Aconteceu nessa última quinta-feira na Cidade de Goiás, a tradicional Procissão do Fogaréu.

 

DSCF1440 - Cópia (Fotos: Mamede Leão)

Pontualmente às 0h da quinta-feira da Semana Santa, os postes de luz do Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO) se apagam daí para frente: fé, religiosidade, correria, e muita emoção acontecem, milhares de pessoas se acotovelam para ver a procissão passar, e ao som de tambores e à luz de tochas, é revivido em Goiás, um dos acontecimentos mais marcantes da história do cristianismo e da humanidade ocidental.

Tradição na cidade desde o século XVIII o ritual simboliza a procura e a prisão de Cristo. Cerca de 40 homens encapuzados, os farricocos, que representam os soldados romanos, carregam as tochas enquanto um coro entoa cantos em latim.

A procissão é acompanhada por milhares de pessoas vindas de várias partes do estado de Goiás, do Brasil e do mundo, aproximadamente 10 mil pessoas, acreditam os organizadores. Ela parte do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, passa pela Igreja do Rosário (representando o local da última ceia) e chega até a Igreja de São Francisco de Paula, que faz o papel do Monte das Oliveiras, onde Cristo foi preso e se concentram a multidão para ver e vivenciar as emoções do ato de prisão.

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Nesse instante, surge o estandarte com a imagem de Jesus que é carregado por um dos farricocos, simbolizando a captura dele.

Trazidos ao Brasil pelo padre espanhol João Perestelo de Vasconcelos Espíndola, pároco da cidade na época, os Farricocos, personagens encapuzados que representam os soldados enviados por Caifás para prender Jesus, são vividos por 40 voluntários residentes na cidade de Goiás, que descalços, encapuzados e com  túnicas em várias cores, nos remetem as figuras diabólicas dos cavalheiros sulistas encapuzados da famigerada Ku Klux Klan, e transmitem um pouco do que ocorreu há mais de dois milênios e ainda hoje chama à atenção.

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Ao som de um clarim, a multidão se silencia e o som triste ecoa pelas ruas históricas da antiga Vila Boa em um dos momentos mais esperados da encenação, sendo mesmo  impossível não se arrepiar ou sentir as fortes emoções do momento, assim acontece a prisão de Cristo. A encenação dura mais ou menos uma hora, a cidade só lá pelas duas horas da madrugada é que volta a ter suas luzes novamente acesas sobre o forte cheiro do querosene queimado pelas tochas e as lágrimas derramadas por muitos visitantes que não resistem ao ato.

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