Homem protesta durante sessão da Câmara Municipal de Cumari
Um fato inusitado aconteceu na última terça-feira (24) durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Cumari; município distante 33 quilômetros de Catalão.
Um homem com a cara pintada, nariz de palhaço e de posse de um cartaz interrompeu por alguns instantes a reunião dos vereadores, para protestar contra uma medida da presidência da Casa que não o agradara nenhum pouco.
Trata-se de Edson Vinícius, natural do pequeno município, que resolveu assim agir para que o presidente da Câmara, Paulo Honório (SDD), não impeça a participação popular durante os encontros legislativos. “Tem uma lei aqui que tira o direito do cidadão de falar na Câmara. Agora é preciso fazer ofício para isso, só que o presidente tem total liberdade para aceitar ou não o pedido e isso ao meu ver é um absurdo. Tem gente que não sabe, mas é direito de qualquer um falar durante as sessões para expor o que bem quer”, contou.
Edson alegou que talvez por diferenças pessoais com o presidente, não foi dado a ele o direito de usar a tribuna. Ativo quando o assunto é reivindicar o que é de direito do cidadão, o cumarino também usa as redes sociais para protestar por melhorias em sua cidade. A foto mostra o homem simulando uma pescaria no buraco de uma rua do município. “Pouco tempo depois ele e muitos outros já estavam tampados”, observou.
A reportagem também consultou Paulo Honório, que por sua vez negou a existência de lei ou de projeto que impossibilite de alguma forma a participação da população durante as sessões. “Aqui funciona como em todo lugar do Brasil, se alguém tiver o interesse de falar, ele vai falar. Só que para haver organização é preciso que esse interesse seja oficiado antes. Antigamente acontecia muito xingamento, falta de respeito e situações ruins aqui na Câmara, com isso as coisas estão bem melhores e organizadas”, explicou.
Sobre a iniciativa de Edson no Legislativo, Paulo Honório entendeu ser o caso politicagem. “Ele defende outro grupo, é uma ‘abilolado’, sai pelas ruas da cidade pescando em buracos para se mostrar. Tem assunto que não compete à Câmara e vejo por bem não permitir que o nosso trabalho seja atrapalhado. Até no dia em que ele fez isso, uma professora usou a tribuna para falar sobre a água, o grupo da terceira idade também falou e todos fizeram ofício antes para isso.”
O presidente reforçou ainda ter sido tudo isso um mal-entendido e que Edson e qualquer outro pode e deve levar suas reivindicações para os vereadores, “desde que a Casa de Leis seja respeita”, concluiu.
Por: Gustavo Vieira