Irã divulgará documentos secretos de guerra contra o Iraque
O comando militar do Irã ordenou hoje a desclassificação de documentos de guerra considerados confidenciais a partir de 21 de março, decisão que abrirá mais luz sobre o sangrento conflito armado com o Iraque (1980-1988).
A decisão foi anunciada pelo chefe do Estado Maior das Forças Armadas, major general Hassan Firouzabadi, assinalando que o público poderá ter acesso a esses materiais a partir desta data, quando começa o ano persa para os iranianos.
Os documentos que serão desclassificados correspondem aos oito anos da chamada Guerra Imposta (como é conhecida no Irã), por se considerar que os Estados Unidos e outras potências ocidentais empurraram Bagdá à conflagração com a então nascente revolução islâmica em Teerã.
Segundo disse o brigadeiro Morteza Qorbani à agência oficial IRNA, os documentos serão publicados como expedientes normais, mas uma parte que inclui veredictos do já falecido Aiatolá Khomeini (fundador da República Islâmica do Irã) permanecerá classificada.
Negadas à opinião pública estarão também fatwas ditadas naquele período pelo agora líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Seyyed Ali Khamenei, bem como ordens dadas pelo então presidente da nação persa e decisões adotadas pelo Conselho Supremo de Defesa.
O militar de alta patente, chefe de uma entidade encarregada do Museu da Revolução e da Defesa Sagrada, precisou que documentos da Organização de Contrainteligência já foram desclassificados para pô-los à disposição de pessoas interessadas, inclusive investigadores e historiadores estrangeiros.
Pontuou que a liberação desses papéis será especificada na segunda metade do ano iraniano, previsivelmente no final de setembro.
A guerra irano-iraquiana, supostamente por rivalidades fronteiriças, finalizou sem um claro vencedor, mas deixou um saldo elevadíssimo de mortes – mais de um milhão de soldados e civis de ambos países- e mutilados, além de danos econômicos de grande envergadura, também para Bagdá e Teerã.
Fonte: Prensa Latina