Esvaziamento de represa, além do descaso com o meio ambiente, pode trazer sérios riscos à população
Recentemente uma família com cerca de 30 capivaras vem sendo vistas na represa do Clube do Povo, o que vem encantando quem passa pelo local. Desenformadas do perigo de conviver com esse animal que infestados de carrapatos transmissores de doenças, a população considera a aparição dos bichos uma atração.
Com o esvaziamento da represa localizada no setor Santa Cruz, abaixo da universidade Cesuc, as capivaras que antes iam de uma represa para outra agora tem como único meio de subsistência – conjunto de coisas essenciais para a preservação da vida – a represa do Clube do Povo; onde muitos preferem passear, levar seus filhos, praticar esportes e outras atividades.
A capivara é o hospedeiro do carrapato estrela, o transmissor da febre maculosa, pouco conhecida por médicos no Brasil. Esses roedores são hospedeiros amplificadores da bactéria causadora da doença, a Rickettsia rickettsii (riquétsia).
A febre maculosa é transmitida aos seres humanos pela picada do carrapato estrela infectado com riquétsia. A doença causa febre, dor muscular, cefaleia e, em 70% dos casos, manchas na pele a partir do terceiro dia após a infecção, podendo haver necrose das extremidades e, nos casos mais graves, levar à morte.
Para chegar à conclusão de que as capivaras vistas em Catalão são hospedeiros amplificadores da bactéria e se estão propagando a doença, pesquisas devem ser feitas para constatação das suspeita da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMAC) e do Ministério Público, através do promotor de Justiça, Roni Alvacir Vargas.
Em entrevista recente Vargas que falou sobre a necessidade do esvaziamento da represa, bem como de desconhecer as morte de milhares de peixes e a captura indiscriminada de outros por parte da população no local; levantou a possibilidade de a doença já ter sido transmitida a cachorros de ruas encontrados mortos sem qualquer explicação óbvia próxima àquela região. “Isso foi um alerta até da SEMMAC que preocupada com essa situação de saúde pública informou o MP da necessidade da retirada das capivaras represa do Clube do Povo. Eu recomendei que, se necessário, esses animais fossem retirados da melhor maneira possível para evitar abusos e maus tratos e que ganhassem destino adequado não precisando ser sacrificadas”. Vargas até mencionou a possibilidade de os roedores serem encaminhados a um criadouro autorizado pelo IBAMA.
A SEMMAC não deu uma previsão de quando poderia iniciar a captura das capivaras, mas além de ter que atender às recomendações de Vargas terá também que executar a ação dentro das exigências das leis ambientais. O MP não deu prazo para que isso seja efetivado.
Por: Gustavo Vieira