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Reforma política: Câmara e Senado recebem proposta de plebiscito

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A Câmara dos Deputados analisa a possibilidade do país realizar um plebiscito para que a população decida se quer a convocação de uma assembleia nacional constituinte exclusiva para a reforma política. A consulta popular está prevista no Projeto de Decreto Legislativo protocolado, na última semana, na Câmara, pelos deputados Renato Simões (PT-SP) e assinado também pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP).

 

 

Manifestantes ocupam as ruas do centro de São Paulo,em agosto passado, em favor da Reforma do Sistema Politico via Constituinte.Manifestantes ocupam as ruas do centro de São Paulo,em agosto passado, em favor da Reforma do Sistema Politico via Constituinte.

Para iniciar o processo, os deputados reuniram 185 assinaturas de parlamentares na Câmara. Em uma segunda frente, o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) protocolou o mesmo projeto no Senado. Segundo os parlamentares, a estratégia de apresentar os projetos nas duas Casas dará celeridade à questão.

Os dois deputados destacam que o Plebiscito Popular da Constituinte Exclusiva e Soberana para a Reforma do Sistema Político, que reuniu 482 entidades, organizou mais de dois mil comitês em todo o País, obteve 7,7 milhões de votos favoráveis à realização da Constituinte.

“Trata-se de reproduzir, agora de forma oficial, a consulta realizada em setembro pelo Plebiscito Popular organizado em todo o país pela Reforma do Sistema Politico via Constituinte especialmente eleita para esta finalidade”, destacou Simões.

Os deputados justificam também que o Congresso “é dominado por interesses corporativistas, principalmente de grandes grupos econômicos que financiam campanhas eleitorais, e se mostrou incapaz de levar a cabo uma ampla reforma do sistema político”.

Na opinião dos dois parlamentares, a questão é crucial. Só a partir dela, será possível saber se quem deve realizar a reforma é o próprio Congresso Nacional, em seu funcionamento normal, por meio de emendas à Constituição, ou se uma constituinte exclusiva. Para Erundina, falta vontade no Congresso para aprovar a reforma política, que está em debate há mais de 20 anos.

Decisão soberana do povo

Caso o plebiscito seja aprovado pela Câmara e pelo Senado, a população irá às urnas responder à pergunta: “Você é a favor de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político?”. A data da consulta será definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas terá de ocorrer em até dois anos depois da publicação do decreto.

Se maioria da população responder “sim” à pergunta, a assembleia constituinte será convocada para decidir exclusivamente sobre a reforma do sistema político. A assembleia, que será soberana e independente dos outros Poderes, deverá ser instalada pelo Congresso em até dois anos a contar da homologação do resultado do plebiscito pelo TSE.

Renato Simões explica que, nesse caso, a assembleia será composta de um corpo específico, que não os deputados e senadores em exercício. Os mandatos dos constituintes serão extintos assim que a reforma for promulgada.

“Nós teremos funcionando concomitantemente o Congresso Nacional, com todas as suas atribuições legislativas, de fiscalização, de decisão a respeito dos grandes temas nacionais, e ao mesmo tempo um corpo especificamente eleito pela sociedade para fazer a reforma do sistema político”, esclarece.

Ainda segundo Renato Simões, o número de constituintes, a duração dos mandatos e os custos dessa assembleia serão definidos depois. “A partir da decisão soberana do povo brasileiro em um plebiscito, o Congresso Nacional e Justiça Eleitoral ficarão encarregados de decidir o formato e a organização das eleições para a Constituinte.”

O texto garante ainda tempo no rádio e na televisão para os partidos políticos esclarecem a população sobre seu posicionamento quanto ao plebiscito. Os recursos para a realização da consulta serão alocados pela União no orçamento do TSE.

O projeto será analisado pelas comissões técnicas da Câmara e também pelo Plenário. Se aprovado pela Câmara e pelo Senado, o texto será promulgado, sem a necessidade de sanção presidencial.

 

Portal Vermelho