Sem categoria

Ruralistas protestam por falta d’água em Catalão

Spread the love

2014-10-20 08.32.40

Os agricultores do município que dependem dos Ribeirões Samambaia e Pari para o cultivo, realizaram recentemente dois  protestos pela falta de água na região. O primeiro aconteceu sábado, na porta de uma emissora de rádio onde o prefeito municipal, Jardel Sebba (PSDB), apresenta semanalmente um programa de entrevistas, e o outro, foi realizado em frente a Prefeitura no início da manhã desta segunda-feira (20/10).

Segundo o líder regional do Movimento Camponês Popular (MCP), Wender Antônio Ferreira, os manifestos foram realizados pela quebra de acordos por parte do município e a Justiça. “Tudo o que nos foi pedido, nós fizemos. Um deles foi o trancamento da irrigação acima do setor de capitação para a população ter água para beber e o ressarcimento dos prejuízos, e o não arrombamento das represas dos ruralistas, o que também não foi cumprido. Eles (Superintendência de Água e Esgoto – SAE) foram lá com ordem judicial e à noite arrebentaram três contenções de três propriedades, um desrespeito ao que foi acordado. Além disso tudo, eles nos hostilizaram, nos criminalizaram pelo uso daquelas águas”, disse Wender.
2014-10-18 11.07.27
Ainda de acordo com ele, a medida não foi eficaz porque o setor de capitação da SAE não tem barreira de contenção para segurar a água que foi liberada, além da ação ter prejudicado o cuidado com o animais que estão morrendo de sede e de ter limitado o próprio consumo dos produtores.
2014-10-18 11.43.21
A camponesa Maria Conceição Duarte Pereira, indignada com a situação, disse esperar soluções realmente eficazes do poder público e da Justiça. “Nenhuma administração buscou resolver o problema da falta d’água que foi previsto muito antes, agora estamos sentindo as consequências e nós produtores ainda mais. Eu tinha uma plantação de milho e perdi tudo, agora meus animais estão morrendo e quero saber quem vai pagar esse prejuízo. Arrombar represa não é a melhor opção e isso está sendo visto agora, infelizmente tarde demais”. Os ribeirinhos disseram ainda que com a Justiça nada foi discutido por meio de reunião, e que até o momento eles apenas têm sofrido imposições tiranas – trancamento das bombas e o rompimento das represas.
O presidente do Sindicato Rural de Catalão, Newton José da Silva, acompanhou o protesto dos produtores e disse que junto ao município irá estudar as melhores alternativas para resolver a situação. O dirigente da SAE, César José Ferreira, falou à nossa reportagem e também garantiu buscar as melhores soluções para os produtores e para a população da área urbana diante da crise causada pela falta de chuvas.
“O que estamos discutindo aqui é a desobstrução das represas por ordem da Justiça, algo que não surtiu o efeito esperado. Então, isso não será mais feito e eles podem refazer o que foi destruído. Diante da falta de chuvas vamos ter que implantar no município o rodízio de abastecimento nos bairros, o que será divulgado em breve. Já temos o financiamento de R$ 36 milhões e com ele vamos solucionar o problema do desabastecimento na cidade capitando água em um ribeirão mais próximo”, explicou. Sobre o prejuízos financeiros do ruralistas, César contou que se for do poder público a responsabilidade de reparar os danos, que isso será feito sem o menor problema.
2014-10-18 11.38.29
Por telefone, a reportagem do Blog do Mamede entrou com contato com Wender para colher informações do que foi tratado em uma reunião marcada para está manhã na Prefeitura, onde se reuniria com o prefeito, o superintendente da SAE e a procuradoria do município. “Nada aconteceu não. O prefeito simplesmente desapareceu e o que nos foi repassado é que ele se ausentará por três dias. Não vamos permitir isso diante de um assunto de tamanha importância como esse. Vamos ao Ministério Público solicitar que ele retorne para a cidade, temos que ver como isso aqui vai ficar”, desabafou.
De acordo com os institutos meteorológicos brasileiros a previsão do tempo para Catalão é animadora, e as chuvas que devem cair nas próximas semanas podem amenizar a falta d’água no município.
 
Por: Gustavo Vieira