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Sob intenso ataque, Dilma se sobressai e apresenta propostas concretas

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Com perguntas diretas entre os candidatos à Presidência da República, o primeiro debate do segundo turno, que foi ao ar na noite desta terça-feira (14), na TV Bandeirantes, evidenciou mais uma vez que a candidata à reeleição Dilma Rousseff é a única que apresenta propostas concretas para o país continuar avançando.

 

 

 Reprodução Reprodução

Em suas considerações iniciais, Dilma destacou que há dois projetos com visões distintas do Brasil e afirmou que o seu representa a distribuição de renda e a inclusão social e que o momento agora é de “promoção de novo ciclo de desenvolvimento e a geração de igualdade de oportunidades para toda a população brasileira”. E citou exemplos destas conquistas. “Fizemos o mais profundo processo de distribuição de renda: tiramos 36 milhões de pessoas da pobreza; criamos o maior mercado de consumo de massa, beneficiando a economia. Lançamos as bases de um novo ciclo de desenvolvimento. Neste novo ciclo haverá uma prioridade para a Educação, que estará no centro de tudo. Continuaremos dando extrema importância à Saúde e à Segurança Pública”, apontou a presidenta.

Aécio falou de mercado, pediu para que o eleitor decida se quer “continuidade ou mudança”, entretanto afirmou que “o Brasil avançou muito nas últimas décadas”, constrangido, elogiou também os avanços no governo Lula, a fim de obter respaldo para suas críticas direcionadas à presidenta Dilma.

Já no embate direto, frente a frente, o candidato tucano Aécio Neves e a presidenta Dilma fizeram perguntas sobre temas livres. Sob intenso ataque do seu adversário, a presidenta se apresentou serena, firme, respondeu os ataques à altura, não se intimidou, fez comparações do seu governo com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e citou ainda falas na imprensa do “candidato” a ministro da Fazenda de Aécio, Armínio Fraga, relembrando sua desastrosa experiência enquanto presidente do Banco Central, no período em que os neoliberais e entreguistas, sob o comando de FHC, governaram o país.

Dilma também tentou citar como comparativo as ações de Aécio em sua gestão como governador de Minas Gerais, apontando os dados sobre a ineficiência da administração tucana, que na época de Aécio teve que assinar um termo de ajustamento de gestão com o Tribunal de Contas do Estado, pois não respeitou o mínimo de investimento nas áreas da Saúde e da Educação. Tentando desviar-se das afirmações críticas de Dilma, Aécio procurou desqualificar os dados apontados pela candidata à presidência de maneira desrespeitora, chamando-a de leviana. Com tranquilidade, a presidenta sugeriu que os telespectadores visitassem o site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais para saberem a verdade. Coincidentemente, porém, o site do Tribunal saiu do ar e muitos internautas reclamavam nas redes sociais, acusando os tucanos de censura.

No debate, repetidas vezes Dilma apontou suas propostas para as principais áreas com base no que o seu governo já fez e o que pode melhorar, como os programas sociais Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Pronatec, o Mais Médicos e o Mais Especialidades.

Dilma falou ainda sobre a importância dos bancos públicos que se tornaram peças-chave para o fortalecimento e o crescimento de setores da economia, além de serem importantes para a viabilização de programas sociais como o de habitação.

“O BNDES é o terceiro maior banco público, só está atrás do alemão e do chinês. Empresta para a indústria e a infraestrutura. Das maiores 800 empresas, o BNDES investe em 753. O Banco do Brasil faz toda a política para o setor agrícola. Dos R$ 180 bilhões que hoje vão ser emprestados para a agricultura, quem faz a maior parte do crédito é o BB”, ressaltou a presidenta.

Dilma Rousseff ressaltou ainda a importância do combate à inflação. “Meu governo garantiu, nesse período que estamos vivendo, uma inflação controlada dentro dos limites da meta. No governo FHC o ministro da Fazenda por duas vezes deixou a inflação superar o limite da meta, na primeira 7,7%, depois em 12%.” E ressaltou as prioridades dos investimentos do governo. “Nós investimos em emprego, em salários, estabilidade macroeconômica, garantindo oportunidades para o povo, diante de uma grave crise mantivemos emprego, salário e continuamos investindo”, destacou a presidenta.

Sobre as propostas do candidato do PSDB, a presidenta ressaltou: “Como quer que acreditemos que com a mesma receita e o mesmo cozinheiro vão entregar um prato diferente para o Brasil? No passado o desemprego era grave, as pessoas davam voltas no quarteirão nas filas para encontrar emprego. Isso não acontece mais”, afirmou.

Sobre a Educação, Dilma afirmou que esta é uma prioridade em seu governo. “Triplicamos o investimento na Educação, da creche à pós-graduação. Acabamos com a proibição do governo FHC de construir escolas técnicas federais. No governo do PSDB existiam 11 escolas técnicas. Construí e estão funcionando 208 escolas técnicas. Isso é simplesmente 1.600% a mais. Foi por causa dessas escolas técnicas que pudemos dar oportunidades para os jovens fazerem curso técnico, os adultos também”, lembrou.

Combate à corrupção

Dilma fez questão também de falar sobre o seu compromisso com o combate à corrupção e a impunidade. “A minha determinação é punir todos os investigados que sejam culpados, corruptos e corruptores. Nós mudamos essa realidade. Quero lembrar que duas leis aprovadas no meu governo no ano passado dão base para processos de investigação. A primeira, a lei que garante independência do delegado. A outra, que regulamentou a delação premiada. Porque eu me pergunto, onde estão todos os envolvidos em casos de corrupção durante o governo do PSDB? Todos soltos. Onde estão aqueles envolvidos no mensalão tucano mineiro? Todos soltos. Onde estão os envolvidos no escândalo dos metrôs e trens em São Paulo? Todos soltos. Quero todos aqueles culpados presos”, pontuou.

“Eu tenho uma vida toda de absoluto combate à corrupção e de nenhum envolvimento com malfeitos”, afirmou a presidenta.

Aeroporto em Cláudio-MG

Sobre o tema, Dilma perguntou ao candidato Aécio Neves sobre negócios investigados em seu governo. “Gostaria de saber, como se explica ter construído um aeroporto que na época custava R$ 13,9 milhões, e agora custa R$ 18 milhões a preço de hoje, no terreno da sua família, no terreno de seu tio e a chave fica em poder dele. Também gostaria de saber da pavimentação e sinalização feita no aeroporto em Montezuma, que consta também ser uma obra do governo de Minas Gerais, e surpreendentemente, quem tem uma agropecuária lá é o senhor e suas irmãs”, questionou e complementou: “Não acho isso nada moral, nem ético”.

Dilma lembrou ao candidato que o Ministério Público mandou investigar a obra do aeroporto de Cláudio (MG), no que se refere à improbidade administrativa que é o mau uso dos recursos públicos. “Isso é a verdade, é só ver a decisão do Ministério Público Federal, que mandou o Ministério Público de Minas Gerais investigar”, disse.

Demonstrando que não tem preparo para governar o país, em todo o debate o candidato tucano não apresentou sequer uma proposta concreta para o Brasil. Com ironia, em um dado momento Dilma afirmou: “Então, as únicas propostas do senhor são continuar nossos programas”.

Em suas considerações finais, Dilma Rousseff afirmou que eleição é um momento decisivo para refletir sobre o futuro do país. Ela questionou quem tem mais capacidade para garantir o que foi conquistado e avançar nas mudanças, quem tem compromisso com os trabalhadores e quem tem apoio político para fazer as reformasde  que o país precisa. Ela ainda falou em “firmeza” no cenário internacional e em compromisso com um país mais competitivo. Dilma afirmou que o fundamento para isso é a educação, que pode gerar melhores empregos e salários.

 

Portal Vermelho