Desordem impede continuidade de sessão da Câmara Municipal
Para quem achava que as sessões da Câmara Municipal estavam mortas, sem os conhecidos debates e intrigas partidárias, se surpreenderam com o 33º encontro da Casa no ano, ocorrido nesta terça-feira (23/9). Depois de os balancetes do ex-prefeito Adib Elias (PMDB) terem sido colocados no Legislativo catalano; de um projeto milionário do Executivo ter sido votado e aprovado pelos vereadores, mais uma vez aquele lugar voltou a ficar abarrotado de gente de tudo quanto é tipo para assistir o resultado de mais uma difícil votação.
O Projeto de Lei nº 087/14 de autoria do prefeito Jardel Sebba (PSDB), o qual autoriza o próprio Executivo a contratar financiamento do Programa de Modernização da Administração Tributária (PMAT) e da gestão dos setores básicos, fez as conhecidas “troglodices” virem à tona novamente.
O ponto alto dos dissabores aconteceu quando o vereador Silvano Mecânico (PP) usou a tribuna para mostrar sua posição diate do texto. Ele que disse votar à favor foi fortemente vaiado por uns e apoiado por outros. Ao fazer algumas considerações a respeito de antigos administradores municipais que, de acordo com ele investiram pouco ou nada nos setores o qual o projeto visa assistir, o decoro foi perdido e por parte dos espectadores tornando a sessão impossível de ser continuada.
Na sequência o vereador João Antônio, também na tribuna, usou palavras em apoio a Silvano e gritos, berros, xingamentos e muita desordem fizeram parte de mais uma reunião polêmica, tendo sido necessário, no ponto de vista do presidente Deumar Barbosa (PMDB), seu encerramento.
Poucos vereadores quiseram se pronunciar após toda a confusão, mas não aceitando a posição de Deusmar, Silvano insistia até mesmo no estacionamento do prédio para que o presidente retomasse os trabalhos para dar logo um fim ao projeto. “Suspendi por causa da bagunça, da desordem. To pedindo para calar a boca, não calam. E vem vereador dizer que eu não ponho ordem em nada… Então fiz o que o regimento interno manda e terminei ali mesmo. Já que eles são maioria na próxima sessão eles votam. Pra quê essa pressa de pegar R$ 20 milhões?”, questionou Deusmar se mostrando inquieto e incomodado com a situação. Ainda de acordo com ele, “o povo não está a favor de mais esse empréstimo e por isso o mesmo deve ser reprovado”.
Devendo ficar para a próxima terça-feira (30/9) o projeto, curiosamente, foi rejeitado por Regina Félix (PSDB), Daniel do Floresta (PMDB) e Paulinho (PMN), todos da bancada do prefeito. Os vereadores da oposição, claro, seguem esse parecer e apenas um terço de todos eles puderam ou tiveram tempo de se pronunciar.
Como já tratado aqui, o programa consiste em empréstimos às prefeituras e órgãos públicos para garantir maior eficiência, qualidade e transparência às ações da gestão pública. Em resumo, seria o fim da burocracia, das instalações precárias, dos processos empilhados e espalhados, entre tantas outras coisas.
Por: Gustavo Vieira