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MP desconhece mortes de peixes e retirada dos mesmos pela população em represa esvaziada

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Até o final da tarde de ontem e possivelmente hoje vários quilos de peixes foram retirados de uma represa localizada no bairro Santa Cruz, abaixo da universidade CESUC, durante e após seu esvaziamento. Homens, mulheres e crianças se empenharam na “difícil” tarefa.

Muitos peixes mortos podem ser vistos ainda hoje boiando e outros em estado de decomposição no lamaçal que resta com a retirada da água.

Segundo o fiscal da secretaria municipal de Meio Ambiente de Catalão (SEMMAC), Silas José Tristão, a ação foi necessário devido o alto risco de rompimento da base de sustentação do volume d’água. “Fizemos a drenagem da represa e verificamos que havia uma fissura de cerca 1,5 cm de espessura, o suficiente para causar infiltração na contenção e assim enfraquece-la, o que estava ocorrendo”.

Perguntado sobre a suspeita de ali ter ocorrido um crime ambiental já que toneladas de alevinos foram levadas por pessoas e outros tantos supostamente morreram por consequência da intervenção, Silas disse que essa ação foi necessária para evitar um mal ainda maior já que o período chuvoso que está próximo poderia causar o rompimento da represa. “Se isso acontecesse arrastaria tudo o que estivesse pela frente – vegetação, pessoas, carros, casas – e ao se encontrar com a represa do Clube do Povo as coisas seriam ainda piores. Praticamente toda a extensão da Avenida Raulina seria devastada, pessoas morreriam e os prejuízos seriam enormes. Em prevenção a isso vimos à necessidade de tal interferência”.

Sobre a morte dos peixes o fiscal explicou que em atividades assim não é possível o resgate de todos os alevinos. Ele contou que foram retiradas aproximadamente 1,5 toneladas desses animais vivos e que foram soltos em outro lugar, isso, no intuito de preservar o máximo possível da população. “As perdas estão dentro do estimado e isso não se configura crime ambiental”, ressaltou Silas.

Ainda segundo Silas, com o esvaziamento completo da área será necessário à reconstrução da contenção que servirá mais tarde para a formação de uma avenida que ligará alguns bairros da cidade. Mas essa informação ele deu como extraoficial.

Nossa reportagem consultou o Ministério Público de Catalão e o promotor ligado às causas ambientais, Roni Alvacir Vargas, disse que até o dado momento não sabia da mortandade dos alevinos e nem da retirada dos mesmos por parte dos moradores e que a seu pedido, a SEMMAC realizasse vistorias em todas as represas no território urbano do município em prevenção aos mais diversos riscos em decorrência do período chuvoso que está próximo. “O fizemos foi autorizar que a SEMMAC realizasse o procedimento. Eles nos apresentaram os riscos e vimos que eram autos para a sociedade. Agora, sobre a morte dos peixes e a intervenção da população na retirada deles, disso não temos conhecimento”.

Vargas afirmou que o MP irá apurar o caso e exige que a SEMMAC apresente relatório das possíveis irregularidades no caso. Se confirmado qualquer dano o meio ambiente medidas punitivas podem ser tomadas.

 

Por: Gustavo Vieira