Hidrelétrica pode absorver gases do efeito estufa, aponta estudo
Estudo divulgado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) revela que reservatórios de usinas hidrelétricas podem atuar como sumidouros de gases de efeito estufa. Pesquisadores de 15 instituições do País realizaram estudo, durante um ano, e revelam que os reservatórios das hidrelétricas seriam capazes de absorver o gás nocivo ao meio ambiente.
O diretor-geral do Cepel, Albert Melo, avalia que os dados ajudam a desmistificar o assunto.
Entre as 11 usinas observadas, Funil de Minas Gerais e Xingó, situada entre Alagoas e Sergipe, registram taxas negativas de emissão de gases.
O cálculo das emissões de gases – que considera o período que antecedeu o alagamento da área e o compara com os resultados de medições atuais – é inovador e permite verificar casos em que a absorção dos gases pelo reservatório é maior do que a emissão pela usina.
O diretor-geral do Cepel, Albert Melo, avalia que os dados ajudam a desmistificar o assunto. “É importante também para acabar com mitos como os de que hidrelétricas em áreas tropicais são fontes relevantes de emissão de gases do efeito estufa”, afirmou.
“Nos estudos realizados, constatou-se que as emissões de Tucuruí, por exemplo, são menores que as emissões da usina hidrelétrica canadense Eastmain 1, ambas baixas, principalmente se comparadas a uma usina termelétrica equivalente”, disse.
De acordo com a pesquisa, a emissão líquida média registrada na usina de Tucuruí (Pará) é de 34,0 gCO2e/kWh, ao passo que a usina Eastmain 1, no Canadá, emite 53,1 gCO2e/kWh.
Para a pesquisa, que envolveu 108 pesquisadores de cerca de 15 instituições, foram feitas 44 campanhas de campo entre 2011 e 2012, em 11 aproveitamentos hidroelétricos no Brasil, oito em operação (UHEs Balbina, Itaipu, Tucuruí, Serra da Mesa, Xingó, Três Marias, Funil e Segredo) e três em construção (UHEs Santo Antônio, Belo Monte e Batalha).
O relatório final da pesquisa deu origem ao livro “Emissões de Gases de Efeito Estufa em Reservatórios de Centrais Hidrelétricas”.
Fonte: Ministério de Minas e Energia