A vergonhosa submissão de Jair Bolsonaro e seus asseclas ao governo Trump ficou mais uma vez escancarada na quarta-feira (2), quando a horda de traidores da soberania nacional agiu, novamente, contra os interesses do povo brasileiro. Antes mesmo do anúncio da tarifa de 10% sobre produtos brasileiros, Bolsonaro, o capacho do imperialismo, deu o sinal verde para sua tropa de choque tentar – em vão – sabotar a aprovação, na Câmara dos Deputados, da Lei da Reciprocidade, instrumento de defesa crucial contra o protecionismo predatório norte-americano.
Nas redes sociais, Bolsonaro recorreu ao seu arsenal mais infame: a mentira descarada. Para justificar o ataque americano ao Brasil, ele vomitou que Trump “está simplesmente protegendo seu país contra esse vírus socialista”. Cabe questionar se ele se refere ao “vírus socialista” do agronegócio, um dos setores mais afetados pelas barreiras tarifárias de Trump.
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O ataque do extremista americano transformou-se em um imenso bode malcheiroso na sala de estar bolsonarista. Tanto que fanáticos do “Faça a América Grande de Novo”, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – que não hesitou em se rebaixar usando o boné com o slogan trumpista – refugiaram-se num silêncio ensurdecedor.
A viralatice bolsonarista não escapou ao olhar afiado da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria das Relações Institucionais da Presidência. Nas redes sociais, Gleisi apontou como a gravidade do tarifaço de Trump uniu governo, setor produtivo e Congresso na luta contra a guerra comercial estadunidense, resultando na aprovação da Lei da Reciprocidade.
“Todos juntos pelo Brasil, exceto a turma de Jair Bolsonaro, que defende Donald Trump contra os interesses do povo brasileiro”, denunciou a ministra, referindo-se à tentativa de obstrução dos bolsonaristas da votação da matéria na Câmara. “E ainda se atreveram a dizer que o Brasil é que tem de reduzir tarifas, ignorando que o maior déficit comercial do país é exatamente com os EUA, nosso segundo parceiro comercial”, condenou.
“A subserviência de Bolsonaro era um fato conhecido, mas nunca ficou tão evidente que ele atua deliberadamente contra o país que governou e jurou defender”, ressaltou Gleisi. “Mas foram derrotados. Nunca foi patriota. O Brasil e nosso povo são maiores que os interesses de Bolsonaro”.
O colunista Jamil Chade, do UOL, também lembrou como a obsessão doentia de Bolsonaro em bajular Trump prejudicou o Brasil. Contrariando a mentira deslavada contada na quarta-feira (2) pelo golpista brasileiro, de que teria negociado “com sucesso” tarifas sobre o aço impostas pelos Estados Unidos, a medida foi engolida em silêncio pela “diplomacia” subserviente de Bolsonaro.
“Naquele momento e para a surpresa de muitos negociadores, o governo Bolsonaro evitou criticar a barreira”, relatou Chade em sua coluna. “A reação foi interpretada, até mesmo dentro do Itamaraty, como um sinal do apoio de Bolsonaro à tentativa, depois fracassada, de reeleição do aliado em Washington”.
“Abriram mão do interesse nacional para defender a eleição de Trump”, lembrou um negociador comercial brasileiro, em depoimento ao colunista.
Fica, portanto, cristalino: o falso patriotismo de Bolsonaro não tremula as cores verde e amarela da bandeira brasileira, mas se arrasta no vermelho e azul do imperialismo, cujas botas ele lambe com um fervor repugnante. Enquanto o Brasil se ergue, Bolsonaro se prostra – uma derrota final e irreversível para quem ousou golpear e trair a nação.
Da Redação, com UOL