Apenas 29% apoiam a privatização, no entanto, o apoio aumentou desde o início do governo Lula, refletindo desafios na gestão da estatal e no controle dos preços dos combustíveis.
Publicado pelo Portal Vermelho
Uma pesquisa realizada pelo PoderData entre os dias 25 e 27 de janeiro de 2025 revelou que, apesar de um leve crescimento no apoio à privatização da Petrobras, a maioria dos brasileiros ainda é contrária à venda da estatal. Atualmente, 54% do eleitorado defende que o Estado mantenha o controle da petroleira, enquanto 29% são favoráveis à privatização. Outros 18% não souberam responder.
O apoio à venda da Petrobras cresceu cinco pontos percentuais desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023, quando 24% dos eleitores tinham essa opinião. No entanto, a maioria segue resistente à ideia, mesmo com a insatisfação gerada pela alta dos combustíveis. A trajetória das curvas indica que parte dos eleitores que antes defendiam o controle estatal mudou de opinião, possivelmente influenciada pelos desafios enfrentados pela empresa e pelo aumento dos preços dos combustíveis.
Aumento de combustíveis neste sábado (1)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, avisou Lula na segunda-feira (27) que o preço do diesel iria subir. O reajuste se deve à defasagem dos preços do combustível cobrados no Brasil e no exterior. O preço do diesel está defasado entre 14% e 17%, segundo estimativa da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Pela primeira vez em 13 anos, a petroleira fechou um ano inteiro —2024— sem reajustar o diesel.
Além do reajuste para as distribuidoras, haverá aumento do ICMS sobre o combustível. A medida — aprovada em outubro do ano passado — eleva o ICMS do combustível para R$ 1,12 o litro. O ICMS da gasolina e do etanol sofrerá aumento de R$ 0,10 por litro, elevando o valor para R$ 1,47.
Esses reajustes devem aumentar a inflação e, principalmente, o preço dos alimentos. Como o transporte é majoritariamente rodoviário no país, se aumentou o custo do frete, esse valor será passado para os produtos e portanto para o consumidor.
A petroleira anunciou no ano passado que havia mudado sua política de reajuste. A estatal já não segue a política de paridade internacional, que reajustava o preço dos combustíveis de acordo com as variações do dólar e da cotação do petróleo fora do Brasil. A política que vigorou durante o governo Bolsonaro ignorava o fato da Petrobras produzir seu combustível, embora precificasse como se o importasse.
Perfil dos favoráveis e contrários à privatização
A pesquisa revelou que a resistência à privatização é mais forte no Nordeste, onde 60% dos entrevistados defendem que o Estado continue dono da Petrobras. Em contrapartida, os maiores percentuais de apoio à privatização foram encontrados na região Norte (34%) e entre aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos (37%). Entre os mais pobres, a rejeição à venda é mais forte, refletindo a percepção de que a Petrobras é um símbolo da soberania nacional e uma fonte de empregos e investimentos.
A pesquisa também mostra uma clara divisão entre eleitores de Lula e Bolsonaro. O padrão político mostra que entre os eleitores de Lula, 65% defendem que a Petrobras permaneça estatal, enquanto apenas 13% apoiam a privatização. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 51% são favoráveis à venda da empresa, enquanto 37% se opõem.
Essa polarização reflete as diferentes visões sobre o papel do Estado na economia. Enquanto o governo Lula defende um Estado forte e indutor do desenvolvimento, parte dos eleitores de Bolsonaro tende a apoiar políticas de desestatização e redução da presença estatal na economia.
O presidente Lula sempre defendeu uma atuação forte do Estado na economia e é um opositor histórico das privatizações. Em sua campanha, prometeu “abrasileirar” os preços dos combustíveis, mas a Petrobras encerrou 2024 com preços recordes na gasolina e anunciou um novo aumento para o diesel. Essa dificuldade em conter os reajustes pode estar influenciando a leve mudança na opinião pública.
Além disso, a Petrobras enfrenta pressões internas e externas, incluindo a necessidade de investimentos em energia renovável e a volatilidade dos preços internacionais do petróleo. Esses fatores aumentam a complexidade da gestão da empresa e alimentam o debate sobre a privatização.
A pesquisa também trouxe informações sobre a percepção geral da população em relação ao governo:
A pesquisa também analisou a percepção dos brasileiros sobre a privatização de estatais em geral, demonstrando que a população ainda se mostra resistente a um modelo de Estado mais enxuto.
A gestão da estatal, os preços dos combustíveis e a polarização política são fatores que influenciam a opinião pública e mantêm o debate sobre a privatização em pauta.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa PoderData foi realizada com 2.500 entrevistas em 219 municípios, entre 25 e 27 de janeiro de 2025. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram feitas por telefone, utilizando o sistema URA (Unidade de Resposta Audível).
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