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Trump inicia mandato com ataques a direitos humanos e ao clima

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Trump inicia mandato com ataques a direitos humanos e ao clima

 

No primeiro dia, presidente assina atos executivos que marcam nova fase do imperialismo, desmontam conquistas sociais e reforçam controle sobre nações em desenvolvimento

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, assina decretos no Salão Oval Foto: Reprodução/ Twitter

Horas após tomar posse para um mandato que promete inaugurar uma nova fase do imperialismo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou sua segunda administração à frente da Casa Branca nesta segunda (20) assinando uma série de decretos que marcam uma guinada radical em políticas domésticas e externas.

As medidas foram anunciadas em dois momentos: durante um evento na Capital One Arena, em Washington, D.C., e posteriormente no Salão Oval, onde Trump prometeu “restaurar a América” e reverter as políticas de seu antecessor, Joe Biden.

Entre as ordens executivas estão a retirada do país da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris, endurecimento das leis de imigração, cortes em programas de diversidade e novas diretrizes sobre exploração de combustíveis fósseis. Segundo Trump, as medidas representam “o início da restauração completa” dos Estados Unidos.

“Que sensação ótima”, disse Trump sobre o retorno ao Oval. “Uma das melhores sensações que já tive”, completou.

Trump formalizou a saída dos Estados Unidos da OMS, suspendeu o envio de recursos à organização e ordenou a revisão de acordos sanitários internacionais. O presidente reiterou sua crítica à entidade, afirmando que ela foi “influenciada pela China” durante a pandemia de Covid-19 e que “os Estados Unidos não vão mais financiar sua má gestão”.

Ao assinar o decreto na Casa Branca, Trump disse que os EUA pagam injustamente mais que a China ao organismo da ONU, e acrescentou: a OMS “nos roubou”. Os Estados Unidos, país que é o principal doador da OMS, fornece um financiamento vital que mantém diversas operações da organização.

Em seu decreto, Trump instrui as agências federais a “pausar futuras transferências de fundos do governo dos Estados Unidos, apoio ou recursos à OMS”, e as insta a “identificar sócios americanos e internacionais confiáveis e transparentes para assumir as atividades  necessárias previamente empreendidas pela OMS”.

“A decisão de deixar (a OMS) fragiliza a influência dos Estados Unidos, aumenta o risco de uma pandemia mortal e nos torna mais vulneráveis”, criticou Tom Frieden, ex-alto funcionário de saúde no governo de Barack Obama, em postagem no X.

Especialistas advertiram que o país vai perder um acesso privilegiado a dados muito importantes de vigilância epidemiológica, o que poderia minar as capacidades de prevenção e vigilância de ameaças de saúde no exterior.

Em relação ao Acordo de Paris, Trump assinou um decreto que retira o país do pacto global sobre mudanças climáticas, classificando-o como “um roubo”. O pacto foi assinado em 2015 pela comunidade internacional com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa que agravam o aquecimento global.

Segundo o presidente, a medida permitirá uma economia de “US$1 trilhão” e estimulará a exploração doméstica de combustíveis fósseis. “Não vamos sabotar nossa indústria enquanto outros poluem impunemente”, afirmou.

Um dos decretos assinado declarou emergência na área energética, embora a produção de petróleo de seu país esteja em recordes históricos. Isso lhe permitirá flexibilizar mais rapidamente todas as restrições sobre o uso de combustíveis fósseis.

Sob o lema “perfurar, perfurar, perfurar”, prometeu agilizar licenças e revogar regulamentações e taxas à produção e uso de energia, incluindo mineração. Foram eliminadas também todos os limites de emissões sobre veículos e outros equipamentos que usam combustíveis fósseis. “Pode comprar o carro que quiser”, disse ele.

Na área de imigração, Trump decretou emergência nacional na fronteira com o México, autorizando o envio de tropas e recursos adicionais para retomar a construção do muro iniciado em seu primeiro mandato. Também foram assinadas medidas para revogar a cidadania por direito de nascimento e suspender temporariamente o programa de reassentamento de refugiados.

Os cartéis de drogas mexicanos foram designados como organizações terroristas, o que permitirá ações militares mais rigorosas. Trump anunciou ainda a retomada de políticas que mantêm migrantes em território mexicano enquanto aguardam decisões sobre pedidos de asilo.

Outro ponto de destaque foi o perdão concedido a 1.500 pessoas condenadas pela invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Trump classificou os envolvidos como “patriotas injustamente perseguidos” e ordenou a libertação imediata daqueles que estão presos. A medida foi amplamente criticada por grupos de direitos humanos e adversários políticos.

Trump revogou programas federais voltados para promoção de diversidade e equidade racial. Ele definiu o gênero como uma característica biológica e imutável, eliminando o reconhecimento de pessoas transgênero em documentos oficiais e suspendendo o financiamento de iniciativas voltadas para direitos reprodutivos e LGBTQIA+.

No campo econômico, o presidente congelou novas contratações no setor público e exigiu o retorno imediato de funcionários federais ao trabalho presencial. Trump também determinou a revisão de práticas comerciais para combater déficits e indicou que tarifas sobre produtos importados podem ser reavaliadas.

As ordens executivas de Trump geraram reações imediatas no cenário interno e internacional. Governadores de estados democratas prometeram contestar medidas que consideram inconstitucionais, enquanto organizações ambientais e de direitos humanos denunciaram retrocessos. Na ONU, a saída dos EUA da OMS e do Acordo de Paris foi vista como um golpe para a cooperação global em saúde e clima.

Especialistas apontam que, apesar de o Partido Republicano controlar ambas as casas do Congresso, a margem estreita pode dificultar a implementação de algumas propostas mais controversas. Além disso, a resistência de cortes judiciais e governos estaduais pode limitar o alcance das políticas de Trump.

Com uma agenda que polariza o país e intensifica a oposição internacional, o segundo mandato de Donald Trump promete testar novamente os limites das instituições americanas e os impactos de sua liderança no cenário global.

Autor
Blog do Mamede

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