A expectativa em torno dos resultados das eleições de outubro de 2024, foram grandes a maioria da população esperava mudanças no perfil administrativo.
Havia quatro candidatos na disputa pela ordem Velomar Rios, Elder Galdino, Renato Ribeiro e Maria Moura. Sendo os dois primeiros de centro direita, o terceiro de direita conservadora e a quarta de esquerda.
A polarização entre direita, centro direita e esquerda deu tom, o município com forte participação do agronegócio, metal mecânica e serviços, deu ênfase ao conservadorismo em todos os aspectos e sagrou vencedor Velomar, que já havia sido usado prefeito.
Na comparação com aquele que administrava o município a pelo menos oito anos, ganhava em simpatia, educação e na maneira como lidar com as pessoas. O seu antecessor se caracterizou pela truculência, imposição e por ser grande tocador de obras, mesmo sem ouvir as reais demandas da população.
As pessoas nas ruas falavam que o prefeito eleito se de fato viesse a ganhar seria a mudança, para outros a continuidade administrativa. O mistério foi desfeito por ele próprio que deu o tom. Continuidade administrativa a escolha de seu secretariado mostra isso. Houve remanejamento de funções com os secretários de ponta da administração anterior e poucos nomes são de fato novos.
Por um lado o prefeito aposta na experiência, mas compromete sua identidade politica haja vista que o grupo escolhido mostra a presença forte do administrador anterior. Por outro uma pergunta surge de que até que ponto isso seria vantagem para ele? Os secretários o ouvem ou continuam ouvindo seu antecessor.
Veremos isso nas iniciativas administrativas, se a administração atual não olhar para os bairros, distritos e zona rural durante todo o mandato, terá a cara da anterior se for o contrário aí sim o prefeito eleito, começará de fato a fazer as mudanças que a maioria esmagadora que nele votou esperam.
O que Goiânia arrecada em um mês Catalão arrecada em um ano, mas lhe é suficiente para fazer uma grande administração. Afinal são 70 milhões por mês. A federalização do Hospital Regional pelo governo federal e as emendas parlamentares, ainda darão a administração fôlego extra.
Um ponto além do corriqueiro na administração, será fundamental, continuar se industrializando, sendo também um referencial na área de logística, por sua localização estratégica e avançar no campo tecnológico.
É preciso para isso ousar e transformar a área adquirida em 2016, pelo atual prefeito num polo de desenvolvimento econômico, dota-la da infraestrutura necessária, para que o município salte do 5° para o terceiro PIB do Estado.
Talvez aí venha a ser o grande diferencial entre a administração atual e as que a antecederam. Para isso a câmara municipal precisa deixar de ser coadjuvante e passar a protagonista. Não na barganha comum mas cumprindo o seu papel constitucional que é o de fiscalizar a receita, a aplicação das despesas públicas e ter critério na análise do orçamento fato que não ocorreu nas legislaturas passadas onde o objetivo era apenas agradar o prefeito que lá esteve por oito anos consecutivos.
Estar junto no que é bom para o crescimento e desenvolvimento do município e se posicionar contra, quando não for bom é muito importante. A câmara municipal precisa recriar sua identidade e deixar de ser um puxadinho do executivo municipal.
Por: Júlio Paschoal, Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) Mestre em Economia Pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).