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Agronegócio soma 48,9% das exportações, segundo maior total da série

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Agronegócio soma 48,9% das exportações, segundo maior total da série

 

Com ações coordenadas entre governo e setor privado, o agronegócio brasileiro tem o potencial de manter sua liderança no mercado global

 

Rebanho bovino brasileiro é um dos maiores do mundo com 238,6 milhões de cabeças, depois da Índia com 307,5 milhões de cabeças.

De janeiro a novembro de 2024, o agronegócio brasileiro alcançou exportações de US$ 152,63 bilhões, representando 48,9% do total das exportações brasileiras no período. Esse valor, o segundo maior já registrado na série histórica, reflete o papel estratégico do setor na balança comercial do país. No entanto, os resultados positivos convivem com desafios significativos, como a queda nos preços internacionais e as retrações em produtos-chave, ao mesmo tempo em que se evidenciam novas oportunidades com a diversificação de mercados e produtos.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, destacou os avanços em diversificação de mercados e produtos. “Os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, mostrando que as ações de promoção comercial começam a gerar resultados concretos”, afirmou.

As perspectivas para 2025 são positivas. Com a previsão de uma safra recorde, novas aberturas de mercado e a consolidação de acordos comerciais em andamento, espera-se um crescimento qualitativo e quantitativo. A intensificação das ações de promoção comercial e a busca por agregar valor aos produtos exportados devem consolidar o Brasil como um player estratégico no agronegócio global.

Dentre os produtos de maior valor agregado, destacam-se o café solúvel, com exportações acumuladas de US$ 792 milhões, e o óleo essencial de laranja, que atingiu US$ 365 milhões até novembro. Esses números evidenciam uma tendência de ampliação dos horizontes comerciais do Brasil, com maior penetração em mercados diversificados e produtos de alta qualidade.

Resultados consolidados e setores de destaque

A União Europeia, os Estados Unidos e o México continuam sendo destinos prioritários, especialmente para o café e carnes. As exportações de café atingiram US$ 1,47 bilhão em novembro, um aumento expressivo de 84,4%, resultado tanto do maior volume embarcado quanto do aumento dos preços internacionais.

O desempenho do agronegócio foi impulsionado por três setores principais: o complexo soja, responsável por US$ 52,19 bilhões, seguido por carnes (US$ 23,93 bilhões) e o complexo sucroalcooleiro (US$ 18,27 bilhões). Juntos, esses segmentos representaram mais de 60% das exportações totais do setor.

Mesmo com uma retração de 18,7% nas exportações do complexo soja, devido a uma quebra de safra e redução de estoques, o setor manteve sua liderança. Por outro lado, carnes e açúcar apresentaram crescimentos robustos, com recordes em embarques e ganhos de novos mercados. A carne bovina foi destaque, respondendo por US$ 1,23 bilhão em novembro (+29,9%), enquanto a carne de frango e a suína cresceram 31,8% e 30,8%, respectivamente.

Além disso, os produtos florestais, liderados pela celulose, apresentaram crescimento de 29,1%, gerando US$ 1,51 bilhão em receitas no mesmo mês. A diversificação desses produtos, associada à expansão de mercados consumidores na Ásia e no Oriente Médio, representa um dos pilares do crescimento sustentável do setor.

Apesar do aumento de 5,2% no volume exportado, a redução de 5,2% no índice de preços internacionais impactou os resultados financeiros do agronegócio em 2024. Produtos como milho e soja enfrentaram dificuldades adicionais, com quedas de 41,7% e 50,3%, respectivamente, no valor exportado em novembro.

Importações e o equilíbrio na balança agropecuária

As importações agropecuárias somaram US$ 1,54 bilhão em novembro, com destaque para trigo e salmões. Embora representem uma fração menor do comércio agropecuário, essas compras sinalizam a dependência brasileira em algumas cadeias produtivas, como a de trigo, cuja demanda interna é parcialmente suprida por fornecedores estrangeiros.

O desempenho do agronegócio em 2024 reafirma sua relevância para a economia brasileira, mas também evidencia os desafios de consolidar um modelo de crescimento sustentável e diversificado. A transição para produtos de maior valor agregado, a abertura de novos mercados e o fortalecimento da presença em regiões estratégicas são cruciais para enfrentar as incertezas do comércio global e os desafios climáticos que afetam a produção.

Com ações coordenadas entre governo e setor privado, o agronegócio brasileiro tem o potencial de não apenas manter sua liderança no mercado global, mas também de se tornar um exemplo de inovação, sustentabilidade e competitividade no século XXI.

Autor
Blog do Mamede

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