Para 42%, a vida foi muito afetada. Datafolha mostra impacto na vida e saúde da população.
Publicado pelo Portal Vermelho
Uma pesquisa do Datafolha divulgada neste domingo (20) revelou que 42% dos brasileiros afirmam que suas vidas foram muito afetadas devido à fumaça provocada pelas queimadas florestais que atingem o país há dois meses. Em uma escala de 0 a 10, onde 0 representa nenhum impacto e 10 o máximo possível, esse grupo situou o impacto entre 9 e 10, demonstrando a gravidade da situação.
Outros 25% disseram ter sentido um impacto considerável, pontuando entre 7 e 8 na escala, enquanto 18% relataram um nível intermediário (4 a 6) e 14% disseram ter sido pouco ou nada afetados (0 a 3). Apenas 1% dos entrevistados não soube responder.
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A pesquisa, realizada nos dias 7 e 8 de outubro com 2.029 pessoas de 113 municípios em todas as regiões do país, possui margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou menos, com nível de confiança de 95%. O estudo revela que as regiões Centro-Oeste e Norte registram os maiores índices de impacto, com 57% dos moradores relatando efeitos severos. O Sudeste aparece em segundo lugar, com 42%, seguido pelo Nordeste (37%) e Sul (36%).
A crise das queimadas também afetou diretamente a saúde da população. Segundo o levantamento, 34% dos brasileiros afirmaram que sua saúde foi muito prejudicada, marcando entre 9 e 10 na escala de impacto. Em contrapartida, 19% declararam sentir pouco ou nenhum efeito (0 a 3). No Centro-Oeste e Norte, 43% dos entrevistados afirmaram ter sofrido grande impacto na saúde. O Sudeste apresentou 35%, o Nordeste 33%, e o Sul, que apresentou os menores índices, 23%.
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Esses números emergem em um cenário de seca histórica, considerada a pior dos últimos 75 anos, conforme alerta o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Entre agosto e setembro, o país registrou 68 mil e 83 mil focos de incêndio, respectivamente, segundo dados do sistema BD Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins foram os mais afetados, com áreas devastadas de 55 mil km², 46 mil km² e 26 mil km² nos primeiros nove meses de 2024.
O impacto das queimadas elevou a preocupação dos brasileiros com as mudanças climáticas. A pesquisa indica que 60% da população agora considera o aquecimento global e os eventos climáticos extremos como uma ameaça imediata, um aumento em relação aos 52% registrados em junho. O aumento da percepção de risco foi mais expressivo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste/Norte. No Sudeste, a preocupação subiu de 52% para 64%, e no Centro-Oeste/Norte, de 53% para 65%.
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Em contrapartida, a parcela dos brasileiros que acredita que os efeitos climáticos representam um risco apenas para as gerações futuras caiu de 43%, em junho, para 32%, em outubro. Outros 7% afirmam que as mudanças climáticas não são uma ameaça, enquanto 2% não souberam opinar.
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