O Café PT desta sexta-feira (16) recebeu o secretário Nacional de Paradesporto do Ministério do Esporte, Fábio Araújo, que falou sobre os preparativos para os Jogos Paralímpicos e as políticas públicas de inclusão no esporte.
Durante a entrevista, o secretário ressaltou os investimentos realizados pelos governos Lula e Dilma, a intersetorialidade entre ministérios, e a participação feminina no paradesporto.
Fábio Araújo também destacou o programa Bolsa Atleta , criado pelo presidente Lula há 20 anos, como essencial para a formação e manutenção de atletas, especialmente os paralímpicos.
Ele enfatizou que, em 2024, o governo Lula vai investir cerca de 160 milhões de reais no programa, que beneficia 85% dos atletas que competirão nas próximas Paralimpíadas.
“A importância do Bolsa Atleta é indiscutível, tanto para a formação inicial dos atletas quanto para a manutenção desses em treinamento, garantindo que possam competir no mais alto nível”.
Ele afirmou ainda que, devido à menor visibilidade do esporte paralímpico, o apoio financeiro oferecido pelo programa é fundamental para que esses atletas possam se manter ativos e focados em suas modalidades.
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Legado de inclusão
Fábio Araújo destacou os avanços nas políticas públicas de inclusão promovidas pelos governos Lula e Dilma. Segundo ele, desde o início dos anos 2000, o Brasil ganhou fama em fóruns internacionais por suas políticas de inclusão social para pessoas com deficiência.
“No início dos anos 2000, com os governos Lula 1 e 2 e a presidente Dilma, o Brasil começou a se destacar em políticas públicas de inclusão. Infelizmente, houve um período de retrocesso, mas estamos trabalhando para retomar esse crescimento sob a liderança do ministro Sílvio”, explicou.
Ele evidenciou que, apesar das dificuldadesdas nos últimos anos, o governo Lula está comprometido em reconstruir e fortalecer as iniciativas específicas ao paradesporto, que foram deixadas de lado anteriormente pelos governos de Temer e Bolsonaro.
Colaboração entre ministérios
Outro tema destacado pelo secretário foi a importância da intersetorialidade na implementação de políticas públicas efetivas para o paradesporto. Ele enfatizou que a colaboração entre diferentes ministérios é fundamental para garantir a inclusão plena das pessoas com deficiência no esporte.
“A intersetorialidade é imensa. Não podemos falar de esporte para pessoas com deficiência sem envolver o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação, entre outros. Estamos buscando aliados dentro do governo para desenvolver políticas públicas que proporcionem acesso ao esporte como ferramenta de reabilitação e habilitação”, detalhado.
Para ele, essa abordagem integrada permite que as ações do Ministério do Esporte sejam potencializadas, promovendo a prática esportiva, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas com deficiência em diversas frentes.
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Participação feminina
A participação das mulheres no paradesporto foi outro assunto relevante abordado durante uma entrevista. Fábio Araújo destacou que, embora a inclusão feminina tenha, ainda há muitos desafios a serem superados, principalmente em relação à acessibilidade e à violência.
“As atletas femininas enfrentam dificuldades de acesso ao esporte e estão sujeitas a diversas formas de violência. Esses desafios são ainda maiores para as mulheres com deficiência, que enfrentam problemas de acessibilidade e são mais vulneráveis a violências”, afirmou.
No entanto, Fábio ressaltou que a participação crescente feminina nas Paralimpíadas é um indicativo positivo. Ele revelou que a delegação brasileira que competirá nos próximos Jogos Paralímpicos será composta por quase 50% de mulheres, um marco significativo para o paradesporto no Brasil.
Fábio Araújo fez questão de enfatizar que, além do Bolsa Atleta, existem outros investimentos importantes do governo Lula no paradesporto. Ele faz parte da Lei das Loterias Caixa, que destina uma parte significativa de seus recursos para o esporte paralímpico.
“O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) recebeu 230 milhões de reais só das loterias no ano passado, a maior parte desse valor foi revertido para os atletas e programas de formação. Esses investimentos vão muito além do Bolsa Atleta e são fundamentais para o desenvolvimento do esporte não Brasil”.
Ele destacou ainda a Lei de Incentivo ao Esporte, que permite que empresas privadas invistam no esporte, contribuindo para o crescimento e fortalecimento das modalidades paralímpicas.
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Preparativos para Paris 2024
Com as Paralimpíadas de Paris se aproximando, Fábio Araújo expressou grande otimismo em relação ao desempenho dos atletas brasileiros. Ele acredita que o Brasil tem uma grande chance de alcançar resultados históricos, superando o desempenho nas últimas edições dos jogos.
“Estou muito ansioso para acompanhar nossos atletas em Paris. Temos uma grande chance de sair de lá com um resultado marcante, superando o que conseguimos em Tóquio. Nossos atletas estão muito bem preparados, e consideram que veremos muitas conquistas e momentos memoráveis”, disse .
Ele citou nomes de destaque como Petrúcio Ferreira, Gabrielzinho, Williams e Verônica Hipólito, que estão entre os principais candidatos a medalhas nas suas respectivas modalidades.
O aumento da visibilidade do paradesporto no Brasil também foi destacado pelo secretário. Ele afirmou que, embora o esporte paralímpico tenha conquistado muitas medalhas e prestígio internacional, ainda enfrenta desafios para ganhar a atenção que merece dentro do país.
“Um dos grandes desafios do esporte paralímpico é conseguir a visibilidade de que o esporte olímpico tem. Lutamos para que nossos atletas sejam reconhecidos e para que o esporte paralímpico receba a atenção que merece. O Brasil se destaca nas paralimpíadas, e é importante que o público saiba disso e apoie nossos atletas”, argumentou Fábio.
Ele fez um apelo para que a mídia e o público brasileiro apoiem e acompanhem as Paralimpíadas e ressaltou que os atletas paralímpicos mereceram o mesmo reconhecimento e respeito que os atletas olímpicos.
Da Redação