Artistas e intelectuais pedem ao presidente ação contra a violência em Gaza; carta destaca violações do governo Netanyahu e urgência de medidas humanitárias
Publicado 30/05/2024 17:11 | Editado 31/05/2024 11:13
Um grupo formado por 44 personalidades, incluindo artistas, escritores, advogados e intelectuais – entre eles judeus – enviou uma carta ao presidente Lula (PT), solicitando que o Brasil corte relações diplomáticas e comerciais com Israel. No texto, eles afirmam que, com isso, o Brasil, “sob uma liderança de sua envergadura”, poderia contribuir “para que se encerre essa carnificina insuportável” promovida pelo país na Faixa de Gaza.
“O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais”, afirma o texto. “No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões”.
A carta destaca ainda que os recentes ataques de Israel a um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, “com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária”.
Por fim, o documento propões que o país se junte “às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino”.
O documento é assinado por artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil e Wagner Moura, escritores, intelectuais, advogados e ex-ministros de Estado. Judeus, como Anita Leocadia Prestes, o jornalista Breno Altman e o professor Bruno Huberman, também estão entre os signatários.
Vale ressaltar que o presidente Lula removeu oficialmente o embaixador brasileiro em Israel, o diplomata Frederico Meyer, e o transferiu para Genebra, na Suíça. A decisão foi publicada no diário oficial desta quarta-feira (29).
Leia a íntegra da carta:
Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino
“Estimado presidente Lula,
“Antes de mais nada, queremos saudá-lo por seu comportamento sempre firme e coerente em solidariedade ao povo palestino, denunciando reiteradamente o genocídio do qual é vítima, especialmente suas mulheres e crianças.
“O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais. Graças ao seu governo, somos uma das nações que reconhecem, no âmbito das Nações Unidas, a soberania e a independência da Palestina.
“No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões.
“O governo Netanyahu viola abertamente deliberações emanadas da Corte Internacional de Justiça, colocando-se à margem do direito, além de desrespeitar o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU.
“Recentes ataques contra um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária.
“Estamos convencidos, querido presidente, que é hora de nosso país se juntar às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino.
“Essas medidas, adotadas por nosso país e sob uma liderança de sua envergadura, certamente serviriam de exemplo a outros governos e constituiriam uma imensa contribuição para que se encerre essa carnificina insuportável.
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com agências
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