Júri de Nova York condena ex-presidente dos EUA por falsificação de documentos ao comprar silêncio de atriz pornô; sentença sai em julho
Publicado 31/05/2024 09:56 | Editado 31/05/2024 13:47
Nesta quinta-feira (30), um júri de Nova York declarou o ex-presidente americano Donald Trump culpado de 34 acusações de falsificação de documentos contábeis, relacionadas ao pagamento oculto à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Esta decisão histórica marca a primeira condenação criminal de um ex-presidente dos Estados Unidos, impactando significativamente a corrida eleitoral de Trump a apenas cinco meses das eleições presidenciais.
Após um julgamento de cinco semanas e mais de 11 horas de deliberações, o júri composto por sete homens e cinco mulheres, cuja identidade foi mantida em sigilo, chegou ao veredito de culpabilidade. Durante o julgamento, os jurados revisitaram depoimentos cruciais, incluindo os de David Pecker, ex-diretor de um tabloide próximo a Trump, e Michael Cohen, ex-advogado pessoal e testemunha-chave de acusação.
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Michael Cohen, que participou de uma reunião com Trump em 2015 onde se concebeu um plano para evitar escândalos, declarou que este foi “um dia importante para a prestação de contas e o Estado de direito”. Trump, por outro lado, classificou o veredito como uma “desgraça” e um “processo armado”, indicando que pretende apelar da decisão, o que pode prolongar o processo por meses.
A sentença do juiz está agendada para 11 de julho, poucos dias antes da Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, onde Trump deve receber a nomeação formal do partido para enfrentar o presidente democrata Joe Biden em novembro.
‘Senso comum’
O veredito de Trump foi recebido com uma mistura de reações. A campanha de Biden afirmou que a decisão mostra que “ninguém está acima da lei”, enquanto a Casa Branca declarou respeitar o “Estado de direito”. No entanto, a analista Elaine Kamarck, membro sênior da Brookings Institution, destacou à Reuters que a condenação pode influenciar o eleitorado feminino de forma significativa, o que é crucial em uma eleição acirrada.
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Trump foi condenado por falsificar registros contábeis para reembolsar Cohen pelo pagamento de 130 mil dólares a Stormy Daniels antes das eleições de 2016, com o objetivo de evitar um escândalo sexual. Apesar da possibilidade de enfrentar até quatro anos de prisão por cada acusação, especialistas acreditam que, por não possuir antecedentes criminais, é pouco provável que ele vá para a prisão.
Mesmo com a condenação, as pesquisas indicam que Trump está empatado com Biden, e o veredito pode inflamar ainda mais as paixões à medida que a corrida presidencial se intensifica. Caso seja eleito, Trump não poderá se indultar, uma vez que o caso é de jurisdição estadual, onde somente o governador de Nova York teria esse poder.
Além deste caso, Trump enfrenta outras acusações em Washington e na Geórgia por conspiração para anular os resultados das eleições de 2020, além de ser acusado na Flórida por levar documentos sigilosos para sua residência após deixar a Casa Branca.
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com informações de agências
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